Num ano que começou com mais incertezas que certezas, povoado por receio e temor, de profundas limitações e restrições cada vez maiores em virtude do notório agravar da situação de pandemia, cada uma das associações, núcleos, secções e delegações assumiu um particular desafio: manter o tecido associativo académico vivo. É uma tarefa hercúlea numa altura em que até a própria componente letiva da vida académica está em constante ameaça. Há um equilíbrio a ser alcançado entre manter a responsabilidade e assumir e bem o papel de agentes de saúde pública, limitando a nossa atividade, e o manter a responsabilidade, garantindo que cada núcleo, secção e delegação sobreviva.

Na Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho (ADAUM) em particular, foi sempre essa uma prioridade. Apesar da tentativa de diversificarmos a nossa atividade, continuamos, como a maioria dos alunos, totalmente dependentes do formato digital.

Fizemos isto, em primeiro lugar, porque sabemos que o atual estado pandémico não nos permite realizar atividades presenciais na total confiança e descontração necessários para o tipo de atividades realizamos. Em segundo, porque mesmo com uma situação epidemiológica menos gravosa, a Universidade do Minho não nos garantiria espaços, em nenhum horário em nenhum edifício, para a realização do mesmo, como nos foi indicado logo em setembro. Se quanto ao primeiro momento não haverá particular resolução ao nosso alcance, quanto ao segundo há pelo menos a necessidade de refletirmos sobre o papel da Universidade na manutenção das suas estruturas associativas.

Sem descurar que a prioridade da instituição deve ser sempre garantir a segurança dos alunos e a manutenção das condições pedagógicas mínimas, existe ainda a necessidade de um maior cuidado, consideração e proximidade com os estudantes, representados pelos núcleos, secções e delegações. É preciso atentar para o tal equilíbrio que garante a segurança e o cumprimento das normas de limitação de contacto físico e o não desaparecimento destas estruturas, que até a própria UMinho assume como essenciais e importantíssimas nesta altura de particular defesa dos interesses dos Estudantes e de reinvenção da atividade não letiva, também ela vital para o pleno gozo da vida académica.

Portanto, dentro daquilo que são as nossas responsabilidades enquanto agentes de saúde pública, devemos atentar ao evoluir das condições e perceber a razoabilidade ou não das nossas reinvindicações. Esperemos um segundo semestre num contexto de pandemia mais favorável e com uma maior atenção por parte da Universidade para auxiliar à gradual readaptação da atividade não letiva digital para o espaço dos campus, onde no máximo cumprimento das medidas de segurança, garantimos o envolvimento da nossa comunidade.

É nesse sentido que temos avaliado a situação, com responsabilidade e anseio, procurando oportunidades e segurança. Até lá, incentivo todos a participarem na atividade digital oferecida, não só a nossa, mas a de todos os núcleos, secções e delegações, ou outros quaisquer grupos de estudantes que tenham procurado dinamizar a vida académica. Só com entreajuda e cooperação no seio do movimento associativo académico podemos enfrentar este gigante problema que nos ameaça, mas que não nos derrotará.