Rui Vieira de Castro diz já ter aberto um inquérito interno para “averiguar os factos e as correspondentes responsabilidades”.
O reitor da Universidade do Minho (UM) emitiu um comunicado, este sábado, acerca do episódio de blackface que decorreu no âmbito da Latada da praxe minhota. Rui Vieira de Castro destaca as “práticas de ‘praxe’ gravemente ofensivas da dignidade humana”.
“A Universidade, à luz do seu Código de Conduta Académica, condena veementemente todas as atitudes discriminatórias, dentro dos campi ou fora deles, motivadas por razões culturais, de género, de etnia, de nacionalidade ou de orientação política, ideológica, religiosa ou sexual”, salientou na nota enviada à comunidade académica.
Rui Vieira de Castro refere também que a Universidade já abriu um inquérito interno, “visando averiguar os factos e as correspondentes responsabilidades”. O reitor lembrou ainda que a praxe no interior dos campi da UM foi proibida “há anos”, porque a considera “incompatível com os objetivos da educação superior”.
“O episódio em causa vem alertar a comunidade académica para a necessidade de se continuar a promover ações, curriculares e não curriculares, que aumentem a consciência sobre os princípios orientadores e valores que a Universidade adota”, concluiu.
Recorde-se que a praxe de Biologia e Geologia realizou, no âmbito da Latada minhota, um vídeo em que os caloiros aparecem pintados de preto, com roupa preta, saias de palha e a entoar frases como “nós somos conhecidos por canibais”. Esta ação foi já repudiada pela Associação Académica minhota e pelo Cabido de Cardeais, tendo sido considerada “claramente racista” pelo Bloco de Esquerda e outras entidades.