Após nove brilhantes lançamentos, surge a décima longa-metragem de animação produzida pela Pixar nos Estados Unidos, a 29 de maio de 2009. Up – Altamente é uma autêntica obra de arte cinematográfica que envolve um amplo leque de emoções. Acessível para qualquer idade, o filme aborda temáticas que chegam ao coração de todos. Além disso, o filme também sobressaí imenso por causa do sentido de humor que reveste grande parte das cenas.
Os primeiros minutos são bordados por uma espécie de curta-metragem paralela ao filme. Logo de começo, apresenta uma forte carga dramática, que nos prende ao ecrã. É nos transmitida a evolução do grande amor que Carl Fredrickson, viúvo de 78 anos, possuía pela sua tão estimada mulher, Ellie. Com uma fabulosa banda-sonora, que acompanha não só este momento, como também o resto do enredo, mergulhamos num turbilhão de sentimentos. Up – Altamente reveste-se de personagens unicamente humanas com todas as qualidades e defeitos que isso implica.
Na longa-metragem, assistimos à luta interior de Carl que se tornou alguém revoltado com o mundo e com os que o rodeiam. Na tentativa de não perder a casa que tinha com a sua mulher, nem de ser mandado para um lar, amarra a sua casa a uma centena de balões, para voar em direção à América do Sul. O senhor pretendia viver numa montanha especifica, que representava o seu sonho antigo e da sua mulher. O que não sabia, era que levava a bordo um escuteiro de oito anos, Russel, com quem iria viver imensas aventuras, e surpreendentemente, aprender muito.
A obra cinematográfica, embora numa primeira perspetiva pareça ser para crianças, carrega uma moral muito forte. À brilhante animação junta-se os cuidados expressões faciais e corporais das personagens, criando-se personagens extremamente realistas. A própria evolução de Carl e de Russel parece querer mostrar aos espetadores, o quão nós somos paradoxais e complexos. Mesmo fugindo, por vezes, aos nossos valores conseguimos encontrar o nosso caminho de volta a “casa”.
Do início ao fim, todos os momentos se movem ao som da belíssima música de Michael Giacchino, que vai de mão dada com os cenários. Mesmo sendo animados, os locais de que vive o filme, parecem hipnotizar-nos, imbuídos de uma imensa beleza e de um grafismo impressionante, encantando o espectador. Não é de admirar que tenha sido candidato aos Óscares de Melhor Filme, Melhor Edição de Som, Melhor Banda Sonora e Melhor Filme de Animação.
Up – Altamente é claramente um exemplo do sucesso da Pixar e do quanto os seus filmes revestem um caráter humanista. Provocando-nos uma série de sentimentos, quer tristeza, quer felicidade, parece-me ser o filme perfeito para assistirmos se quisermos viver a magia da Disney.