O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto foi celebrado com um debate entre vários participantes num Café Internacionalista.
O Centros de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) realizou, esta quinta-feira, mais um Café Internacionalista. O debate contou com a parceria Associação de Debates da Universidade do Minho (ADAUM) cujo intuito foi relembrar as vítimas do Holocausto.
O evento iniciou-se com a leitura do poema que introduz o livro Se Isto é um Homem, de Primo Levi, publicado em 1947. A obra relembra a importância do Holocausto e o que significou para a comunidade judaica e para o conceito de Humanidade.
A discussão abordou múltiplas questões e pontos de vista relativamente à forma como o episódio trágico é relembrado pela população. De um modo geral, todos os participantes concordaram que, o Holocausto é, cada vez mais, banalizado, comercializado e até romantizado. Para a estudante de Ciências da Comunicação, Inês Batista, este episódio acaba por ser “mais um pedaço de História” e deixa de ser algo sobre o qual “se devia refletir”.
Este facto deve-se, em parte, a todas as obras literárias e cinematográficas que não relatam fielmente os acontecimentos deste período. Um exemplo dado por Rodrigo Dinis, um dos participantes, foi o filme A vida é bela que “representa tudo o que está errado” pois está “dissociado da realidade”. Contudo, “as pessoas não ficam sensibilizadas com números” e, por vezes, ganham essa sensibilidade através da “expressão artística”, explica Maria João Alves, aluna de Direito.
Um outro problema discutido foi as lacunas existentes no ensino visto que as escolas não dão grande ênfase a este tema. A educação não dá muita relevância às vítimas do massacre nem ao sofrimento causado pelo mesmo. Na visão de um dos participantes, Hugo Miguel, os alunos que não seguem a área de Línguas e Humanidades “acabam por não ter uma abordagem mais séria” do assunto e a história aprendida no básico “facilmente se esquece”.