Miguel Costa Gomes refere que há animais “obrigados” a ir à rua três vezes por dia, apesar de darem sinais de cansaço.

Devido ao agravamento da situação pandémica, Portugal está em confinamento geral desde sexta-feira, sendo que, nesta terça-feira, registou-se um pico diário de 218 mortes. Apesar disso, nem toda a população se mantém em casa e, no concelho de Barcelos, há quem recorra ao aluguer de animais para justificar saídas regulares à rua.

A denúncia foi feita esta terça-feira pelo presidente do município barcelense, Miguel Costa Gomes, com base em relatos que tem escutado. “Vão-me chegando histórias de pessoas que alugam animais para andar na rua (…). Não podemos ser irresponsáveis a esse ponto, de forma a criarmos expedientes para virmos à rua”, realçou o autarca, numa conferência de imprensa realizada à distância.

Descreveu ainda casos de famílias em que um cão sai à rua várias vezes ao dia, guiado por membros diferentes. “Contaram-me uma história de que o cãozinho queria ir para casa e um dos donos não deixava, porque queria dar um passeio. Quer dizer que o cão já estava cansado de passear”, afirmou o presidente.

Miguel Costa Gomes reconheceu que a atividade ao ar livre é permitida à luz do confinamento, desde que as pessoas circulem, “sem ficarem estáticas”. Contudo, pediu aos munícipes para ficarem em casa sempre que possível, limitando-se a “sair à rua em situações excecionais ou necessárias”.

O autarca revelou ainda que, neste momento, existem 1536 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus em Barcelos. A taxa de infetados por 100 mil habitantes naquele concelho, com cerca de 120 mil, é de 1315 entre 30 de dezembro e 12 de janeiro, segundo a atualização de segunda-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Já o número de pessoas isoladas, que inclui quem realizou testes positivos, ascende a 2980, enquanto o número de óbitos face à semana anterior subiu de 78 para 84. Costa Gomes disse ainda que já foram aplicadas 1601 doses de vacina no concelho, entre profissionais de saúde e cidadãos.

Para o edil, os números da pandemia “não baixam” a nível nacional por consequência de algum “relaxamento” da população, salientando que os efeitos da pandemia “vão-se prolongar no tempo”. “A ligeireza de alguns cidadãos está a trazer consequências muito violentas, principalmente às unidades de saúde”, concluiu.