A decisão foi tomada após o exponencial aumento de novos casos de infeção e de mortes devido à Covid-19.
O Conselho de Ministros vai anunciar esta quinta-feira o encerramento de estabelecimentos de ensino como creches, escolas e universidades. A decisão foi tomada ontem durante uma reunião entre o primeiro-ministro, o ministro da Educação, a ministra da Saúde e a ministra da Presidência.
No Twitter, a Presidência do Conselho de Ministros confirmou a reunião entre os “peritos habitualmente auscultados nas reuniões do Infarmed para uma avaliação da atual situação epidemiológica” com a ministra da Saúde, Marta Temido e a ministra de Estado e a Presidência, Mariana Vieira da Silva. Segundo a nota publicada, a reunião foi fundamental para “perceber e analisar a evolução recente da pandemia, nomeadamente no que respeita à presença da nova estirpe da covid-19, tendo em atenção possíveis medidas a adotar para inverter o crescimento acelerado da infeção”. Após esta reunião, Marta Temido e Mariana Vieira da Silva reuniram com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues e com António Costa.
A Ministra de Estado e da Presidência e a Ministra da Saúde reuniram-se esta tarde com os peritos habitualmente auscultados nas reuniões do Infarmed para uma avaliação da atual situação epidemiológica. https://t.co/6e6sKVxJNd
— Presidência do Conselho de Ministros (@mpresidencia_pt) January 20, 2021
O primeiro-ministro tinha falado com o Presidente da República com quem comentou os números “dramáticos e demonstrativos da gravidade da situação que existe no país”. No entanto, considera que é cedo para tirar conclusões sobre as medidas adotadas pelo Governo.
“Nós não podemos tomar decisões conforme as pressões. Ainda há poucas semanas a pressão era para abrir os restaurantes mais tempo, agora a pressão é para fechar mais. Nós temos de ir tomando as decisões em função daquilo que são as realidades efetivas e qual é a dinâmica efetiva”, declarou.
António Costa relembrou ainda o custo social e no processo de aprendizagem para as crianças do fecho dos estabelecimentos de ensino em março de 2020. “Portanto, é preciso ter muita serenidade, ter muita calma, recolher informação e tomar as decisões” diz António Costa.
Os diretores de escolas públicas consideram que os alunos estão seguros, mas ponderam suspender as aulas presenciais de forma a combater a nova vaga. Para o presidente da Associação Nacional de Diretores e Escolas Públicas, Filinto Lima “qualquer decisão do Governo deve suportar-se na ciência”, e que, de acordo com as opiniões dos últimos, “parece convergente a posição dos especialistas, que vai no sentido de se fechar as escolas”.
Se o governo tomar a decisão de encerramento dos estabelecimentos esperam que seja limitado aos estudantes do 3º ciclo e ensino secundário e apenas por duas a três semanas. O presidente da direção da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira afirma que ir para casa é prejudicial. Para isso a decisão deve concentrar-se nos alunos mais velhos que são também os mais autónomos.
Em relação às universidades, o 2º semestre pode ser antecipado para o final deste mês e com as aulas à distância. Esta é uma das medidas que está a ser estudada pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) para responder à evolução da pandemia. Os exames que estão a decorrer podem ser adiados.