Lançado a 23 de dezembro de 2020, O Céu da Meia-Noite é um filme de ficção científica que retrata um cenário apocalítico. A história baseia-se num cientista solitário no Ártico que faz todos os esforços possíveis e imaginários para contactar com um grupo de astronautas em órbita. O cientista pretende alertá-los de que não vão poder voltar para casa porque esta já não existe.

A obra cinematográfica foca-se na certeza de que a Terra que já não se encontra inabitável. A partir desta, todo o drama se desenvolve assim que um cientista, Augustine (George Clooney), se apercebe que ainda existem seres humanos a sobrevoar o espaço. Perante o cenário catastrófico, estes encontravam-se incapacitados de comunicar com a Terra, e, por esse mesmo motivo, não saberiam de todo o desastre que teria ocorrido enquanto se encontravam em órbita. Augustine é, portanto, a personagem principal do filme que de tudo fará para conseguir avisá-los.

A longa-metragem apresenta dois cenários em simultâneo, a Terra devastada e o Espaço. Sendo assim, possui também dois pontos essenciais à ação: Augustine em constante luta para alcançar o seu objetivo, enquanto se debate com as suas próprias reflexões e flashbacks; e os astronautas sem rumo no espaço e sem terem uma mínima ideia do porquê de terem perdido a capacidade de comunicação.

O objetivo central de todo o drama encontra-se em temas que são de preocupação atual. A mensagem da influência das alterações climáticas e as medidas que são necessárias tomar para as combater estão presentes no filme sob a forma literal de um planeta que se encontra destruído. Este recado é dado de uma maneira bastante dramática e assustadora, mas também pouco reforçada. O problema persiste aqui, os dois cenários em simultâneo, juntamente com os dois pontos de ação, fazem com que o tema principal do filme se perca.

Apenas notamos que esta mensagem está subjacente à obra cinematográfica quando Augustine tem os seus flashbacks e momentos de reflexão de como a vida era antes. No entanto, a compreensão tardia destes, apenas no final do filme, faz com que o próprio espectador por vezes se perca e fique confuso na história.

O que torna estes problemas e falhas não tão preocupantes é a qualidade das gravações e efeitos especiais, bem como o bom desempenho dos atores. O ambiente catastrófico está extremamente bem conseguido, parecendo mesmo real. Além disso, os efeitos especiais são impressionantes. Este ponto positivo, juntamente com o facto dos atores se manterem fiéis aos seus papéis dá uma réstia de esperança ao filme.

Apesar das falhas no desenvolvimento da história, O Céu da Meia-Noite prende o espectador através dos efeitos especiais que tornam a longa-metragem realista. A empatia, coragem e o ótimo desempenho de papéis pelo elenco faz com que o filme não se perca totalmente.