The Wilds: Vidas Selvagens foi lançada a 11 de dezembro no Amazon Prime Video. A série apresenta um enredo nada convencional destinado a um público mais jovem. O seu estrondoso sucesso levou à confirmação da segunda temporada.
O enredo acompanha um grupo de adolescentes que sofre um acidente de avião quando este cai no oceano. O objetivo desta viagem era a ida ao Havaí com a intenção de participar no programa Dawn of Eve.
Este acidente, ao qual todas sobrevivem, leva-as a ficar presas numa ilha deserta. Numa história nada comum, estas jovens devem lutar para sobreviver. Mas nem tudo é o que parece. Estas nem desconfiavam que na verdade faziam parte de um experimento social muito bem pensado.
A história foi muito bem desenvolvida. A prova disso é que enquanto as jovens aprendem a conviver umas com as outras, os seus segredos e traumas começam a revelar-se. É uma série extremamente cativante que contém momentos mais calmos na história, mas nunca momentos que nos levam a cansar do enredo. Estamos sempre à espera de que surjam novos acontecimentos e, por isso, a obra cinematográfica nunca se torna monótona.
The Wilds: Vidas Selvagens é sem dúvida um drama adolescente que descreve diretamente como por vezes pode ser difícil lidar com diferentes personalidades. Ao longo da série, é possível constatar que apenas é necessário haver interesse de ambas as partes para que as relações funcionem.
Já de forma indireta, a série explora os medos e ansiedades destas adolescentes. A obra cinematográfica é um espelho da gigantesca pressão social que os jovens passam e como a sociedade pode ter impacto nas suas personalidades.
Logo no primeiro episódio são exploradas as ligações que estas adolescentes têm umas com as outras. Nos restantes episódios é de fácil perceção o medo e as incertezas destas relações desenvolvidas antes da chegada à ilha. Era essencialmente o medo de serem julgadas. Isto é revelado através de constantes flashbacks da vida de cada personagem.
The Wilds: Vidas Selvagens destaca um problema que por vezes é ignorado e tratado como se não fosse importante, a saúde mental. Assim, foram escolhidas personagens “a dedo” que, de um modo verdadeiramente realista, levam o espetador a sentir-se familiarizado com a sua história.
Cada personagem tem o seu próprio problema que é reprimido e ignorado. Leah (Sarah Pidgeon) encontra-se num estado de depressão, após acabar com o seu namorado maior de idade e Rachel (Reign Edwards) é uma atleta que procurar a perfeição a todo o custo. Dot (Shannon Berry) teve a sua vida limitada ao cuidar do seu pai acamado. Assim como estas, também as restantes personagem sentiam a pressão da sociedade, Fatin (Sophia Ali), Martha (Jenna Clause), Toni (Erana James) e Nora (Helena Howard).
Com cenários e atuações incríveis, assuntos como a pressão social, ansiedade e a depressão são tratados com grande seriedade. Estas jovens presas numa ilha isolada sentem-se livres, sem medo do que outros vão pensar ou se vão desiludir alguém. Sentem-se mais poderosas do que alguma vez se sentiram na vida.
Uma questão que parece guiar a série é se o maior desafio destas jovens é sobreviver à ilha deserta ou se é sobreviver a uma sociedade que reprime todo o tipo de sentimentos. Além disso, esta ideia leva-nos a ponderar sobre o nosso lugar no mundo.
The Wilds: Vidas Selvagens: o espelho da nossa sociedade
Título original: The Wilds: Vidas Selvagens
Realização: Sarah Streicher, Jamie Tarses, Dylan Clark
Argumento: Sarah Streicher
Elenco: Sophia Taylor Ali, Shannon Berry, Jenna Clause
EUA
2020