O segundo álbum do artista punk-rock britânico, YUNGBLUD, foi lançado no dia 4 de dezembro de 2020. Weird! traz sons bastante familiares e pouco inovadores.
O álbum começa de forma épica com a faixa “teresa”. Esta balada inicia-se muito calma com apenas voz e um instrumental subtil a lembrar o som de uma caixa de música. Porém, a partir do segundo verso, entra a bateria e o ritmo aumenta. Este tema lembra bastante a música alternativa que reinava nos anos 2000.
A segunda faixa, “cotton candy”, contrasta com a primeira ao apresentar um som mais mainstream e virado para o pop rock. A sonoridade doce corresponde perfeitamente com a letra sobre liberdade sexual.
“Strawberry lipstick” destaca-se a performance vocal. Na faixa “mars” percebemos um especial cuidado com o conteúdo lírico que conta a história de uma rapariga transexual que não era aceite pelos pais e que o cantor conheceu em 2018. Em “superdeadfriends” somos confrontados com vocais muito energéticos que refletem o clima de revolta presente na letra.
O ritmo do álbum muda completamente na sexta música, “love song”. É-nos apresentada uma balada pop acústica com ligeiros toques de punk trazidos pelos tambores. A letra serve como uma reflexão daquilo que significa o amor para o artista. Desde o relacionamento abusivo dos pais até ao namoro de dez meses com a cantora Halsey.
A faixa “god save me, but don’t drown me out” destaca-se pelos incríveis vocais e pela letra que usa a religião como uma metáfora. O artista não se importa que Deus o salve, mas não quer que isso seja impedimento para viver à sua maneira.
“Ice cream man” fala sobre não se submeter à tradicional vida e mentalidade de uma cidade pequena. A faixa-título, “weird!”, conta com um instrumental mais experimental que encaixa perfeitamente com a letra. Esta parece uma espécie de sessão de terapia ou uma conversa profunda entre amigos. No tema “charity”, o cantor reforça que devemos manter-nos fiéis a nós próprios, mesmo que isso signifique ir contra os que nos são mais próximos.
Um dos pontos baixos do álbum é “acting like that”, que conta com a participação de Machine Gun Kelly. Esta faixa apresenta uma sonoridade e letra que não encaixam muito bem com as outras. Parece ter sido algo feito para um álbum de Machine Gun Kelly e que não se enquadra muito bem na estética e sonoridade de YUNGBLUD.
A penúltima música, “it’s quiet in beverly hills”, traz-nos de novo um instrumental mais acústico que acompanha a letra mais tocante e emocional do álbum. O artista reflete sobre a fama e a carreira na indústria do entretenimento.
“The freak show” conclui o álbum da mesma forma épica com que começou. O instrumental mais alternativo e fora da caixa capta a atenção dos ouvintes até ao último segundo. YUNGBLUD volta a demonstrar a sua incrível capacidade vocal nos últimos momentos desta faixa.
Concluindo, percebemos que YUNGBLUD veste várias influências ao longo do álbum. A experimentação com inúmeros géneros musicais só prova a versatilidade do artista. Apesar disso, não parece acrescentar nada de novo a estes géneros. No fim, parece que estamos a ter constantes flashbacks de músicas que já ouvimos, mas sem nunca recebermos algo de novo. Vale a pena ouvir este álbum se estiver interessado no punk rock dos últimos anos, simplesmente não espere algo de diferente e inovador.
Álbum: weird!
Artista: YUNGBLUD
Editora: Locomotion Recordings Limited
Data de lançamento: 4 de dezembro de 2020