Atentado às Torres Gémeas e Holocausto foram alguns dos tópicos levantados durante o evento.
O Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) realizou, esta quinta-feira, um Café Internacionalista. O debate sobre a “Marginalização da Palestina” contou com a parceria da Associação de Debates da Universidade do Minho (ADAUM) e procurou entender o impacto do não reconhecimento da Palestina como um estado independente.
O evento iniciou com uma citação de Edward Said sobre “Dignidade e Solidariedade” no contexto do conflito israelo-palestiniano. O autor defende que a opinião “muito baixa” do povo americano sobre o povo palestino se deve a uma “campanha perversa dos média e governo contra a sociedade”.
Os participantes chegaram a um consenso de forma célere, uma vez que consideraram que a Palestina é um território oprimido a nível internacional e também dentro do contexto do Médio Oriente. “Estamos a falar de um povo que há 70 anos é refugiado no seu próprio país”, referiu Rodrigo Dinis, um dos participantes do evento.
Um dos problemas mencionados foi a criação do Estado de Israel e o apoio do mesmo por parte dos Estados Unidos da América. Isto parece ter causado alguma instabilidade no Médio Oriente, uma vez que pôs em causa o poder de países como Egito e Arábia Saudita.
Ver esta publicação no Instagram
Por outro lado, foi referido que, a partir do 11 de Setembro, todos os árabes começaram a ser associados ao terrorismo. Desta forma, os países do ocidente arranjaram uma espécie de inimigo comum que fundamenta e justifica a marginalização do povo palestino. “Acaba por ser atribuída uma identidade que não lhes pertence”, afirmou Maíra Simas, também participante no debate.
Na opinião dos intervenientes, a posição dos países do ocidente, nomeadamente da Europa, é um pouco controversa. Devido à História que, inevitavelmente, associa Israel ao Holocausto, estes sentem-se na obrigação de proteger este Estado por receio de que, caso o critiquem, sejam considerados antissemitas.
Além disso, foi ainda trazido o caso do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que a Palestina é a verdadeira culpada do Holocausto. Benjamin defendeu que Hitler apenas queria expulsar os judeus e que só iniciou o genocídio por incentivo de um líder palestiniano. Este testemunho veio explicitar a dimensão do conflito e a dificuldade em o ultrapassar.