Em destaque estiveram os trabalhos de dois doutorandos e investigadores do CECS, Mariana Müller e Cláudio Abdo.
O Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho realizou esta quarta-feira, 24 de fevereiro, um seminário on-line. Comunicação intercultural em perspetiva: olhares sobre a “crise migratória” e a cobertura cultural no Brasil e em Portugal foi o tema da sessão do Seminário Permanente de Comunicação e Diversidade.
O seminário reuniu duas investigações sobre perspetivas distintas de comunicação e de diálogo intercultural. Como dinamizadoras e moderadoras da sessão, estiveram presentes as investigadoras Dora Santos Silva (ICNOVA – Lisboa) e Maria José Brites (Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias).
Mariana Müller, doutoranda e investigadora do CECS e do ICNOVA, iniciou o seminário com a apresentação da sua análise da cobertura jornalística da cultura no Brasil e em Portugal. Tendo como objeto de estudo os jornais Folha de São Paulo e Público, o trabalho centra-se em dois períodos distintos: 2012 (Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil) e 2018.
De vários aspetos relativos à análise realizada, a investigadora escolheu apresentar algumas convergências e divergências das secções culturais dos dois jornais. Dos pontos comuns, salientou os temas tratados e o impacto do digital na rotina profissional. Quanto às divergências, Müller referiu o “olhar assimétrico” de um país em relação ao outro. “O ‘Público’ olha mais para o Brasil do que a ‘Folha’ para Portugal”, esclareceu a investigadora.
Cláudio Abdo, também doutorando e investigador do CECS, prosseguiu a sessão com uma exposição centrada nas perceções sobre a crise migratória em Braga. O estudante brasileiro focou temporalmente a sua investigação nos anos de 2014 e 2015, como sendo “o auge da crise migratória na Europa, resultante, entre outros eventos, da Primavera Árabe”.
No contexto de investigação, Abdo inquiriu alguns cidadãos bracarenses, entre outras questões, sobre a opinião acerca da construção de muros. “A maior parte dos entrevistados diz ser contra os muros, mas a favor de um maior controlo nas fronteiras”, afirmou o investigador. Além disso, referiu que mais de metade dos participantes superestimaram a quantidade de refugiados acolhidos em Portugal (até às entrevistas, em 2018, o total era de 1674 refugiados).
Conforme revelado na sessão, a próxima sessão do Seminário Permanente de Comunicação e Diversidade vai ser realizada no dia 12 de março. O seminário interdisciplinar conta com inscrição prévia e gratuita, abordando o tema “Interculturalidades e consciência histórica”.