O CoderDojo é constituído a 100% por voluntários.
O CoderDojo é um movimento internacional aberto e sem fins lucrativos de clubes de programação com o objetivo de ensinar crianças e jovens dos sete aos 17 anos a programar. Em 2013, estudantes de engenharia informática, pertencentes ao Centro de Estudantes de Engenharia Informática da Universidade do Minho (CeSIUM), juntaram-se e abriram o CoderDojo em Braga.
Fundado em 2011 este movimento conta já com mais de 600 Dojos (clubes) dispersos por 60 países. Os participantes, apelidados “ninjas”, aprendem com a ajuda de vários mentores a programar. Nelson Estevão, responsável pela CoderDojo Braga, explica que os mentores não têm experiência pedagógica, apenas os conhecimentos técnicos a ensinar. “Isso é um desafio para todos os mentores. Tentamos com que seja divertido e que haja sempre uma componente lúdica, por isso, os nossos mentores são as pessoas mais divertidas de Braga”, alude Nelson Estevão.
Carlos Borges, ninja de 12 anos, já utiliza Python, linguagem de programação. “O meu pai inscreveu-me e a experiência está a ser muito boa”, diz Carlos. O responsável pelo Dojo admite que os ninjas “surpreendem pela capacidade que têm de aprender tão facilmente estes conceitos que, praticamente, só se aprende na universidade”.
Nelson Estevão adverte que o CoderDojo suscita cada vez mais interesse. “Em 2013 havia três ninjas e 30 mentores, agora temos 150 ninjas. O desafio é conseguir acompanhar o crescimento e entusiasmo dos ninjas. Não há nenhuma ambição em fazê-los ir para a informática, apenas queremos-lhes mostrar a área e que eles tenham algum proveito a partir disso”, declara.
Os ninjas são expostos a um longo percurso onde, à semelhança de diversas artes marciais, são identificados por diferentes cintos coloridos capazes de caraterizar cada um destes conforme desafios e barreiras ultrapassados. “Durante o percurso, se um ninja estiver mais avançado é possível fazer sessões em que atua como mentor. Passar de cinturão revela que o ninja adquiriu novos conhecimentos. Temos branco, amarelo, azul, verde, laranja, vermelho, roxo e preto”, esclarece Nelson Estevão. Carlos Borges encontra-se no cinturão verde e, mesmo que fosse antes dos 18 anos, assim que chegar a preto, pode ser mentor.
Jéssica Lemos, mentora no CoderDojo e aluna universitária, entrou porque o CoderDojo aliava duas coisas que gosta – programar e estar a interagir com crianças. “Este projeto foi-me apresentado por colegas e parecia-me, de facto, um projeto muito diferente do que já existia em Portugal”, afirma a mentora. “É muito interessante porque podemos ensinar o que aprendemos na universidade de uma forma muito fácil. Os ninjas são muito motivados e têm muito interesse em aprender coisas novas e fazer projetos diferentes”, relata.
Com o contexto da pandemia, o CoderDojo teve de se reinventar e passar do presencial para o online. “As sessões antes eram ao sábado de manhã presenciais e a meio havia um lanche que era muito divertido. Éramos muito fortes nas sessões temáticas, por exemplo, comemorar o dia da criança, o Halloween, por aí fora”, conta o responsável pelo Dojo. “Agora, como é online, é mais difícil prender a atenção dos ninjas. Assim, passamos a ter duas turmas, uma ao sábado de manhã e outra ao sábado à tarde e, desta forma, conseguimos fazer acompanhamento mais direto”, adiciona.
Jéssica Lemos e Carlos Borges tiveram de se readaptar a uma nova realidade. “Mudar para online não foi assim muito difícil, era melhor presencial, mas online também tem sido muito divertido”, conta o ninja. “Presencialmente é muito mais fácil ensinar, consegue-se interagir melhor e demonstrar coisas. Por outro lado, online também está a ser divertido porque criamos sessões mais temáticas”, explica a mentora.
Julho 3, 2022
Bom dia,
Gostaria de saber qual os programas disponíveis para as férias, pois estou a pensar inscrever o meu filho de 8anos.
Obrigada.
Julho 10, 2022
Olá, bom dia.
Este artigo saiu em 2017. A informação não é sobre este verão.
Muito obrigada,
Ana Margarida Alves
Diretora do ComUM