Combate à pandemia agrava desigualdades entre estudantes do ensino superior
Em comunicado, um movimento associativo estudantil frisou a “incapacidade de algumas instituições” para garantir a segurança.
As medidas de combate à pandemia de Covid-19 nas instituições de ensino superior agravaram as desigualdades entre os estudantes. A afirmação é de Nuno Marques, representante da Associação de Estudante da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, à Lusa.
“O que se verificou foi a confirmação de que não estamos todos no mesmo barco. Muitos foram os estudantes que deixaram de conseguir acompanhar as aulas, de ter condições para realizar os trabalhos, que viram a carga de trabalhos aumentar. E, como se isto não bastasse, muitos viram a própria saúde mental a degradar-se, havendo cada vez mais casos de depressão e ansiedade”, lê-se no comunicado.
“O Governo não está a ter uma posição favorável para os estudantes. Estamos em casa e continuamos a pagar propinas. Há muitos alunos que têm condições degradantes em casa, que não têm computador ou que têm de o partilhar com outros elementos do agregado familiar. E, a ação social não chega a esses alunos”, criticou Nuno Marques. Por isso, é necessário “mais investimento” no ensino superior, tanto “a nível material” como nos problemas que referidos.
“A perda de rendimentos das famílias, associada aos custos de frequência do ensino superior centra mais uma vez o combate ao abandono escolar como missão prioritária. Ninguém deve ficar privado de estudar por não ter condições económicas e urge dar uma resposta a este grave problema “, apelam então os estudantes.