A diminuição da oferta de camas nas residências foi também um ponto discutido. Na Universidade do Minho, há menos dez do que no ano letivo passado.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) quer que o Plano de Recuperação e Resiliência tenha verbas para reforçar o apoio social. No webinar “contributos do Ensino Superior para o PRR”, o presidente deste Conselho, António Pereira, lembrou o Governo que a pandemia potencia o abandono escolar. Afirmou então que é preciso criar mecanismos para evitar que despesas como o alojamento façam os estudantes deixar as universidades.

“Se queremos que aumente a percentagem de estudantes a frequentar o Ensino Superior temos que ter um investimento muito forte na ação social. Um estudante universitário gasta cerca de 60 euros por mês em propina, mas gasta entre 300 e 500 euros para alugar um quarto”, realçou.

Além da diminuição do número de vagas nas residências universitárias, a falta de condições e da oferta já tem sido alvo de críticas e queixas por parte dos estudantes há muitos anos. Para isto, o Governo prometeu mais 15 mil camas até 2026, havendo um pacote financeiro na ordem dos 375 milhões de euros para esse fim. Do lado dos privados, a oferta também deverá crescer, estando previstas mais cinco mil camas, com preços para todas as bolsas.

João Carvalho, dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto sabe que a construção de um novo equipamento, não é uma ação imediata ou rápida. Mas, “poderá haver medidas para aumentar essa oferta através, por exemplo, da aquisição de equipamentos públicos, como pousadas da juventude ou unidades hoteleiras desativas. Há várias soluções para atacar este problema e poderão ser aproveitadas as medidas contempladas neste programa”.

O responsável lembrou ainda que “o alojamento é um aspeto relevante na capacidade de atração de estudantes nacionais e internacionais. E, se as condições não são compatíveis com os padrões de exigência desses estudantes a procura será cada vez menor”. “Quer a construção de novas residências, quer a recuperação das existentes só é possível se forem subsidiadas”, finalizou.