A conversa esteve integrada nas III Jornadas Educação Básica, em particular no debate intitulado “Conversas Polémicas”.

Com a pandemia, a questão da educação e do ensino à distância passou a estar presente na vida de todos os estudantes e professores. No entanto, após um ano são várias as dúvidas que ainda se colocam e o Núcleo de Estudantes de Educação Básica (NEEBUM) levantou essa problemática na sessão “Conversas Polémicas”. Os convidados trocaram as suas impressões sobre o ensino à distância.

Questionados acerca da forma como a pandemia afetou a vida das crianças, os dois oradores concordaram que as crianças são afetas sobretudo numa dinâmica da “socialização com os seus colegas, as suas vivências em contexto de turma, estar com os outros”, referiu Maria Alfredo, professora auxiliar no Instituto de Educação da UM. Já João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação, fala da importância do presencial. Este permite perceber pequenos detalhes nos olhares dos alunos, na mudança de atitude e compreender se há algum problema, algo que o ensino à distância não permite.

O online agigantou também outros problemas, uma vez que a Internet se tornou o transporte escolar, segundo João Costa. As desigualdades tornaram-se ainda mais evidentes. O Secretário de Estado Adjunto e da Educação chamou a atenção para a necessidade de ter em conta que as desigualdades não se verificam apenas no recurso às novas tecnologias, mas também ao ambiente em que cada um se encontra inserido. Além disso, o online tem mais desafios uma vez que os alunos podem desligar a câmara e o micro. Maia Alfredo sente uma maior dificuldade em manter o aluno motivado e considera o online mais cansativo.

Sobre a qualidade do ensino à distância, os intervenientes consideram que é uma aprendizagem de qualidade caso contrário não se justificava. É um ensino diferente e requer que o aluno compreenda as exigências de um ensino à distância porque as reações ao ensino online são diferentes.

Apesar dos resultados, João Costa chamou a atenção para a questão de que o ensino à distância universitário é diferente do pré-escolar. Os dois concordam que, apesar do ensino à distância funcionar, nada substitui o presencial uma vez que a dinâmica da socialização tem um grande impacto na vida de todos.