Katia Guerreiro, a intérprete consagrada e ilustre embaixadora da música portuguesa, completa esta terça-feira, dia 23 de fevereiro, 45 anos. Desde o princípio da carreira, Katia leva o fado a públicos que o desconheciam, com atuações aos mais diversos países, como Marrocos, Japão, Egipto, Suíça, Noruega, Polónia, entre muitos outros.

Batizada como Katia Duarte de Almeida d’Oliveira Rosado Guerreiro, a fadista, nasceu no dia 23 de fevereiro de 1976, na África do Sul. Ainda em tenra idade mudou-se para a ilha de S. Miguel, nos Açores, aqui integrou o grupo de rancho folclórico de Santa Cecília. Chega à capital portuguesa, onde se forma em medicina. Todavia, durante o percurso académico, permanece envolvida com a música, tornando-se vocalista de Os Charruasda, banda criada em 1967 por estudantes.

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Em 2000 estabelece carreira como fadista, ao participar no concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa. A artista foi distinta pela sua interpretação de “Amor de Mel, Amor de Fel” e de “Barco Negro”, que agradou a muitos. Já em 2001, edita o seu primeiro CD, Fado Maior, disco de prata e nomeado para o Prémio José Afonso.

O segundo álbum, Nas Mãos do Fado, publicado em dezembro de 2003, conta com um repertório farto e cuidado, que dá destaque aos maiores nomes da literatura portuguesa. Florbela Espanca, Luís de Camões, Ary dos Santos e António Lobo Antunes são alguns dos nomes e o trabalho teve uma nova nomeação para o Prémio José Afonso.

Renomada a nível internacional, foi entrevistada por meios nacionais e internacionais, como a RTP, TVI, TVE, TV5, LE MONDE, BBC. A NHK produziu um documentário de uma hora acerca da sua vida e da sua carreira. Também o canal francês TV Mezzo realizou um filme dedicado à fadista.

Em 2005, divulga o CD Tudo ou Nada, embebido em poesia portuguesa, conta com a participação do pianista Bernardo Sassetti na faixa “Minha Senhora das Dores”. Em outubro de 2008 é difundido um novo álbum, Fado, com o usual rigor no critério de escolha das letras. Um ano depois edita Os Fados do Fado, obra em que recria alguns dos mais renomados fados dos repertórios de Tristão da Silva, Tony de Matos, João Ferreira-Rosa, Max, Hermínia Silva, Teresa Silva Carvalho e, claro, Amália Rodrigues.

Ao completar dez anos de carreira artística, Katia recebe o prêmio de Melhor Intérprete da Fundação Amália Rodrigues. Num ano frenético de concertos por todo o mundo que culminam com a edição do álbum duplo, 10 Anos- Nas Asas do Fado, em que reúne os melhores momentos da sua discografia e inclui duetos originais com vários artistas.

Em janeiro de 2012, esgotou a sala do mítico palco Olympia em Paris, a apresentação gerou o seu primeiro CD/DVD ao vivo Katia Live at the Olympia.  Até ao fim foi disseminado em 2014, o álbum contou com a produção de Tiago Bettencourt.

A fadista foi condecorada pela Presidência da República Portuguesa, em com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, graças ao seu contributo inestimável para a divulgação da cultura portuguesa e para a sua projeção de Portugal no mundo.Em 2016 estreou-se no cinema, participando no elenco do filme Alfama em Si. O trabalho discográfico Sempre foi lançado em 2018.

Katia Guerreiro é tida como uma das mais importantes fadistas de entre o final do século XX e o início do século XXI. Faz indubitavelmente parte da História do Fado, enriquecendo a herança cultural portuguesa.