Atualmente, há imensas edições da obra Três Homens num Barco, originalmente publicada em 1887. Configura-se, desde então, como uma das melhores amostras do humor britânico.

Jerome K. Jerome, o autor, teve como primeira intenção escrever um livro de viagens, que narrasse um percurso de barco pelo rio Tâmisa, mas a comédia sobrepôs-se. Precisamente a partir do primeiro capítulo, no qual um grupo de amigos analisa as doenças que os assolam, ultimando que a maleita mais grave que padecem é o excesso de trabalho. No seguimento, surge a ideia da viagem de barco.

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Os três pacatos e boêmios burgueses londrinos, acompanhados por um cão, exploram a beleza natural, enfrentando imprevistos caricatos e insólitos. Isto, depois de ultrapassada a questão inicial, onde decidem o que seria necessário levar para a jornada. Este episódio enuncia uma das sublimes passagens da obra: “Deixa que o barco da tua vida seja leve, carregado apenas com aquilo que precisas – uma casa acolhedora e prazeres simples, um ou dois amigos dignos desse nome, alguém para amar e alguém que te ame, um gato, um cão, um ou dois cachimbos, o bastante para comer, e um pouco mais do que o bastante para beber, porque a sede é perigosa”.

O exemplar não se destaca pela utilidade da informação dada, ou pelo estilo literário, mas pela simplicidade, é um livro leve e burlesco. As personagens intervenientes não são épicas, ou idílicas, mas criaturas mundanas cheias de defeitos. O escritor entoa com mestria uma vasta variedade de temas improváveis como a sátira social e a filosofia, que culminam num retrato muito bem conseguido da natureza humana.

A escrita fluida e corrente, gera facilidade na compreensão, como também absorve os leitores, de forma extraordinária, nos problemas triviais dos protagonistas. Intercalados, muitas vezes, com as reflexões do narrador, e relatos de vivências passadas. “Mas tudo tem os seus inconvenientes, como dizia o outro, quando lhe morreu a sogra e lhe foram apresentar a conta do funeral”, esta tipologia de intervenções estapafúrdias descritas levam ao riso fácil.

As personagens intervenientes não são épicas, ou idílicas, mas criaturas mundanas cheias de defeitos. O escritor entoa com mestria uma vasta variedade de temas improváveis como a sátira social e a filosofia, que culminam num retrato muito bem conseguido da natureza humana. O exemplar não se destaca pela utilidade da informação dada, ou pelo estilo literário, mas pela simplicidade, é um livro leve e burlesco.