O vulcão em estudo está localizado numa região com 20 milhões de pessoas.
Dois investigadores da Escola de Engenharia da Universidade do Minho definiram um conjunto de estratégias de evacuação no caso de entrada de atividade de um vulcão no centro do México. O objetivo do estudo de Rafael Ramírez Eudave e Tiago Miguel Ferreira é de contribuir para apoiar as decisões das autoridades.
O vulcão Popocatépetl é um dos mais ativos da América do Norte e um dos dez mais monitorizados. Situa-se numa das zonas mais populosas e sísmicas do mundo, a 5.426 metros de altura a sudeste da Cidade do México, com cerca de 20 milhões de habitantes. Nos últimos 500 anos, registou 15 grandes erupções e, após uma fase calma, tem atividade moderada constante, com emissão de cinzas, fumarolas, gases e material vulcânico, desde 1994. A maior erupção mais recente deu-se em 2000 e levou a uma significativa evacuação da população.
Um dos investigadores da UMinho à frente do estudo, Rafael Ramírez, afirma que os meios para minimizar os impactos negativos nas povoações da atividade do Popocatépetl, não incluem ações pró-ativas de moradores que reagem antes dos avisos oficiais, por exemplo. O estudo, publicado na revista científica Geohazards, demonstra casos que podem levar a falhas no plano de emergência, tais como a aldeia de San Pedro Tlalmimilulpan, que está sujeita a efeitos das emissões de cinzas vulcânicas ainda no início de qualquer possível evacuação.
Rafael Ramírez Eudave e Tiago Miguel Ferreira criaram então uma “árvores de falhas”, que envolve os itens sensíveis para fins de evacuação, tais como a boa disponibilidade de acessos, de viaturas, de abrigos e de redes de comunicações, água e luz. O projeto prevê, deste modo, antecipadamente cadeias de eventos negativos e dificuldades na resposta pós-evento, onde se destaca a falha dos serviços de comunicações, que leva ao “insucesso imediato” da ação.
Por fim, os investigadores da Escola de Engenharia da UMinho sugere que uma análise complexa e precisa para cada povoação e tipo de situação necessita do envolvimento contínuo de peritos de vários saberes. Para além disso, defendem a associação de aspetos como os índices de risco para áreas vulneráveis, a distribuição da população e o histórico de evacuações.