Reitores entendem que o programa Escola Digital deve ser alargado ao ensino superior no Plano de Recuperação e Resiliência.
As universidades entendem que o programa Escola Digital, através do qual estão a ser compradas centenas de milhares de computadores para os alunos da escolaridade obrigatória, deve ser alargado ao ensino superior. Esta é uma das alterações ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) vai propor ao Governo.
O presidente do CRUP, António Sousa Pereira, lembra que nas universidades “também existem problemas tecnológicos”, atendendo ao investimento escasso em equipamento nos últimos anos. Além disso, justifica também o pedido com as “dificuldades em chegar a alguns estudantes” por não terem computador ou ligação à Internet, à semelhança do que acontece no ensino básico e secundário.
As universidades precisam não só de computadores – para reequiparem as suas instalações e para os estudantes – como também de um programa de formação dos professores para o ensino digital, entende António Sousa Pereira. O atual reitor da Universidade do Porto defende um programa semelhante ao que tem vindo a ser feito pelo Ministério da Educação.
O CRUP lamenta, por isso, que as universidades estejam ausentes da agenda de transição digital, para o qual o PRR prevê 2,8 mil milhões de euros. “Não há razão para que o ensino superior seja deixado de fora”, afirma Sousa Pereira. As instituições de ensino pretendem “concorrer em igualdade de circunstância com os outros organismos da administração pública e com outros graus de ensino” ao financiamento que venha a estar disponível, refere ainda o responsável.
Estas propostas vão ser apresentadas ao Governo no âmbito da consulta pública do PRR, que está aberta até ao dia 1 de março. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, a comissária europeia Elisa Ferreira e o próprio coordenador do PRR, António Costa e Silva, discutem-nas também esta segunda-feira, dia 22 de janeiro, num webinar.