Os intervenientes concordaram que é preciso compreender o contexto histórico e encontrar soluções.
Esta terça-feira, dia 9 de março, realizou-se mais um Café Internacionalista, desta vez acerca do Dia da Mulher. A iniciativa, organizada pelo Centro de Estudos do Curso de Relações Internacionais (CECRI) e pela Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho (ADAUM), abordou temas relativos a esta data.
No Café Internacionalista, começou por se salientar a importância do Dia da Mulher como uma data simbólica da luta das mulheres pelos seus direitos. A crença no feminismo e a forma como este é encarado na sociedade foi também debatido, em particular questões relativas à desculpabilização de determinadas ações preconceituosas e o impacto de tais atitudes, assim como a problemática da objetificação da mulher, em que a sua imagem vale mais do que as suas capacidades.
Os intervenientes abordaram o quão importante é a educação para que o feminismo seja visto como uma causa, e que a luta pelos direitos da mulher não seja tida como algo ultrapassado. Na perspetiva dos participantes há que compreender que existe um défice histórico que deve ser compensado, trabalhando em prol do que se quer mudar.
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A sensibilização para temas como a menstruação foram ainda discutidos, visto que ainda existe falta de normalização desse assunto. No ponto de vista dos intervenientes, utensílios como pensos higiénicos deveriam ser vistos de forma desmistificada e expressões depreciativas deveriam ser inexistentes. A perpetuação de determinadas ideias advém, por norma, das gerações mais velhas serem mais resistentes a novos conceitos. No entanto, as novas gerações estão a tentar reverter essas questões.
O debate de ideias é, então, apresentado como uma solução, onde cada individuo expõe o seu ponto de vista para que, posteriormente, haja uma explicação pedagógica sobre os temas. É um processo longo, mas que deve acontecer e quanto mais cedo começar melhor, consideram os intervenientes. Contudo, a sensibilização das pessoas depende do público com que se está a lidar, se alguém é mais recetivo à informação ou não.
Tendo em conta a atual situação pandémica, foi discutido o quanto a pandemia pode ter acentuado as desigualdades de género. Posto isto, os presentes no Café chegaram à conclusão de que a mulher tem um papel imposto de cuidadora. Num contexto em que o casal tem de decidir quem vai trabalhar e quem fica em casa, na maior parte dos casos, quem acaba por ficar em casa é a mulher.
Os participantes sublinharam ainda a importância do jornalismo no campo da igualdade de género, em particular fazer jornalismo que utilize linguagem mais inclusiva. É algo complexo, nomeadamente no campo do jornalismo radiofónico. Nesse sentido, a solução seria haver investigação nessa área.