Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo pede esclarecimentos sobre a integração dos alunos do ensino privado na medida.
O Conselho de Ministros aprovou, este domingo, uma despesa de 19,8 milhões de euros para a aquisição de testes rápidos de antigénio em estabelecimentos de educação e ensino públicos e em respostas sociais de apoio à infância do setor social. A medida prende-se com a preparação para a reabertura gradual das atividades letivas presenciais.
Segundo avançado pela Agência Lusa, Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) pediu uma clarificação do Governo sobre os testes rápidos para os alunos do ensino privado, afirmando que se a medida não for complementada “cria uma discriminação inaceitável”. A AEEP sublinha ainda que não se trata de uma questão educativa, mas de saúde pública. Desta forma, questiona se “a saúde das crianças e jovens que frequentam o ensino privado não tem o mesmo valor e dignidade que a dos que frequentam o ensino estatal”.
Até ao momento, o CDS-PP e o PSD demonstraram o seu descontentamento com a medida. Na carta dirigida ao Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o Partido Popular afirma concordar com as preocupações manifestadas pela AEEP, “considerando, também, que professores e crianças e jovens que frequentam o ensino privado têm de ter exatamente a mesma proteção de saúde que os do ensino público”.
Para além disso, considera que “uma política de saúde pública não pode penalizar alunos e docentes das escolas privadas, até porque isso contraria o objetivo originário de proteção da saúde de todos”. O CDS-PP conclui ainda que “esta matéria não é de política educativa, e não deve refletir as habituais – e erradas – escolhas de base ideológica do Ministério da Educação”.
Por sua vez, o PSD enviou uma pergunta dirigida, quer ao Ministro da Educação, quer à Ministra da Saúde, Marta Temido. Desta forma, o Partido Social Democrata afirma que se impõe uma testagem em massa no sistema de ensino para que as atividades educativas presenciais possam reabrir em segurança.
Da mesma forma, defende que a testagem “deverá, obrigatoriamente, abranger todas as crianças e jovens do sistema de ensino, em igualdade de circunstâncias, já que, evidentemente, ninguém sustentará que o vírus não se dissemina também no meio escolar privado e cooperativo”, pode ler-se.