“O ser humano não sabe, em geral, o que faz, apesar de todos estes anos à procura de conhecimento”, afirma Eduardo Rêgo, Presidente e Fundador da Loving The Planet.

Esta segunda feira, dia 29 de março, a Society Loving The Planet Minho juntou-se a Eduardo Rêgo num diálogo informal para conversar sobre o equilíbrio ambiental – ou a falta dele – e a sustentabilidade. Na sessão da rúbrica #No Ambiente Certo, moderada por Inês Silva, o convidado foi o Presidente e Fundador da Loving The Planet, Eduardo Rêgo.

É, igualmente, conhecido por dar voz à “BBC Vida Selvagem” e por ser, também, locutor do “Nosso Mundo”. O evento ocorreu em direto, na rede social Facebook, e foi desenvolvida em torno, primeiramente, da vida profissional e pessoal da voz característica da natureza portuguesa e, depois, de perguntas da audiência.

O pregador do equilíbrio formou-se na Universidade Católica Portuguesa, com o objetivo de ser missionário em África. Contudo, quando a Universidade do Porto o convidou para fazer um ciclo de conferências na reitoria, outra visão se apoderou dele. A palestra era subordinada ao tema “A terra em transformação”, desde o Big Bang até à atualidade, e foi a reflexão sobre os muitos milhões de anos de histórias de problemas no planeta Terra, que o fizeram agir logo, criando a Loving the Planet.

Nas Perguntas & Respostas, um dos assuntos mais polémicos que envolvem o convocado foi abordado. Numa entrevista anterior, Eduardo Rêgo tinha afirmado que os fanáticos dos direitos dos animais são ignorantes no que toca à compreensão da natureza. Na sessão, o locutor esclarece que existem extremos: é desumano toda a tortura que o animal sofre às mãos do Homem, mas também existe uma adulteração de valores. “Nas férias levam o cão, mas não levam a velhota”, menciona. O problema reside na transmissão dos sentimentos e carinho do ser humano para um animal já não puro, domesticado.

Em termos de ajuda política e financeira, o presidente sublinha as muitas promessas que recebe, nomeadamente da Câmara de Lisboa e de Famalicão, mas que nunca são cumpridas. “Os políticos fazem o que podem e alguns fazem o que querem”, enfatiza. No entanto, algumas empresas ajudam, mas é na paixão jovem que o professor se socorre para juntar esforços e fazer, verdadeiramente, algo. O convidado elogia a “chama olímpica interior que os jovens têm”.

Próximo do fim do encontro, o convocado levanta uma controversa. Chama a atenção que o problema “cresce” com a educação. Desde a Revolução Industrial que o Homem quer sempre mais. Assim, o ensino leva à necessidade da posse e, em vez de se focar no “ser”, foca-se no “ter”.

Exemplos disso são a presente sociedade: a sociedade dos excessos, não só no consumo de carne, de plástico, mas também de viagens. Eduardo Rêgo visualiza um futuro em que será criado um algoritmo para controlar os gastos de viagens por pessoa e relembra que nenhuma escola, ONG ou a Greta falam do assunto. “No dia em que o Homem alinhar o pensamento com o que faz, a coisa vai funcionar”.

Eduardo Rêgo termina a sessão com um apelo à partilha dos seus ensinamentos no seio da família e dos amigos. Deixa ainda uma mensagem aos ouvintes: “Não tenham medo de sofrer. Eu não me importo de sofrer. Só preciso de ser feliz.”.