A ADAUM esteve representada na final com uma equipa, composta pelo Afonso Silva e pelo Rodrigo Dinis e também pela Ana Cláudia Freitas e pela Célia Silva.
A Grande Final do torneio de debates competitivos universitários “Open Digital do Norte” decorreu este domingo. O torneio decorreu nos dias 26, 27 e 28 de março e resultou de uma colaboração entre as várias Sociedades de Debate do norte do país e o Conselho Nacional de Debates Universitários (CNADU).
A moção do debate da Grande Final discutiu o reforço da presença policial nas universidades gregas, de modo a combater a violência e a ação de grupos políticos extremistas. Contou com a participação do 1º e do 2º Governo, a favor das medidas de segurança propostas e da 1ª e da 2ª Oposição, defendendo uma posição contrária. A mesa contou com os seguintes adjudicadores: Frederico Oliveira, Marcelo Campos, Ana Lopes, Fattha Mahmud e Isabella Refkaleffky
O debate do Open Digital iniciou-se com a intervenção de Ivan Mira, do 1º Governo. Referiu o agravamento das manifestações dos grupos políticos extremistas e a consequente preocupação do governo em criminalizar o impacto das mesmas e estabelecer alguma paz, segurança e estabilidade. Considerou ainda necessária a presença da polícia nas universidades, porque “os estudantes podem sentir-se inseguros com estas manifestações violentas de política extrema, podem sentir a sua integridade em risco”. Concluiu, argumentando que “as medidas propostas são para proteger as pessoas e não para censurá-las”.
De seguida, ouviu-se a posição da líder da 1ª Oposição, Célia Silva. Afirmou que “a partir do momento em que o governo coloca a segurança pública nas universidades como forma de controlar estes grupos [extremistas], isto vai ser visto como uma proposta política – a segurança está lá para contrariar a ideologia extremista”. Como contraproposta, a líder da oposição considera o reforço da segurança já existente nas universidades como a solução. “Os intervenientes da universidade já estão habituados à sua presença e por isso não se vão ameaçados e que apenas vai intervir nos momentos necessários”, acrescentou.
Retomando a palavra, o 1º Governo, mais concretamente a adjunta Sofia Narciso, reconheceu que a presença da polícia não vai erradicar todas as tensões, mas sim “diminuir a tendência de conflitos, procurando uma sinalização dos mesmos”. Referiu a importância de “garantir que o espaço universitário seja um espaço de crescimento pessoal” e de assegurar “um ambiente seguro, que permita o diálogo”.
O debate continuou com a participação de Ana Cláudia Freitas, da 1ª Oposição. Começou por expor que “apesar de os estudantes terem sido noutras alturas um meio de resistência política, agora já não o podem ser – manifestações relativas à liberdade de expressão já não são tão válidas como costumavam ser”. Afirmou também que “a presença da polícia vai apenas tornar plausível aquela que é uma das mensagens dos grupos extremistas – a da perseguição ideológica”. Contrapôs que “a alternativa passa por encarar a realidade de que a ideologia [extremista] move pessoas e que não vai desaparecer com a repressão policial”.
Seguidamente, ouviu-se o 2º Governo, com a intervenção de Afonso Silva. Mencionou a urgência da adoção das medidas propostas como forma de proteger as pessoas das tensões. Apresentou a necessidade de se proteger as minorias das ideologias discriminatórias dos grupos políticos extremistas, referindo que “se tem de salvaguardar direitos inabaláveis”. Acrescentou ainda que a presença da polícia “não vai proibir manifestações pacifistas, mas controlar os comportamentos violentos”.
A primeira intervenção da 2ª Oposição teve a voz de Rita Batalha. Afirmou que “todas as medidas apresentadas até ao momento não resolvem o problema”. Concretizou o raciocínio, enunciando que “as universidades têm centenas ou milhares de alunos e essa minoria de polícias vai ter muito menos poder [do que os alunos] porque são poucos e não conhecem os espaços como os estudantes”. Enfatizou a ideia de que o reforço da segurança pública não é a solução, podendo inclusive agravar a situação – “com esta medida estamos a atirar achas para a fogueira, a legitimá-los e a fazer com que adiram mais jovens”.
O 2º Governo fez-se ouvir novamente, desta vez com a intervenção de Rodrigo Dinis. Assegurou que é fulcral “garantir a segurança nas universidades e a integridade física e intelectual de quem as frequente”. Referiu ainda que a “única maneira de combater a intolerância é sendo intolerante com ela”, salientando a tese de que as ideologias extremistas não podem ter lugar nas universidades.
O debate encerrou com a participação de David Greer, da 2ª Oposição. Acrescentou que “nenhum dos lados do governo consegue explicar como vai funcionar o policiamento – eles assumem que metermos lá [nas universidades] polícias, vai-se automaticamente resolver o problema”.
A Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho (ADAUM) esteve representada na Grande Final do Open Digital do Norte com duas equipas e na Final dos Iniciados com outra equipa.