Para Sempre é o nome provisório da próxima novela da TVI. Ainda sem data de estreia definida, o projeto, para além de Lisboa, tem como pano de fundo a cidade de Braga e o Gerês. O ComUM esteve presente no segundo dia de gravações na cidade dos arcebispos e conversou com alguns dos integrantes do elenco.
A produção conta com Diogo Morgado, Inês Castel-Branco e Pedro Sousa como personagens principais. O primeiro interpreta Pedro, que foi abandonado à nascença à porta de uma igreja. A trama desenrola-se então em torno da busca do protagonista pela verdade da família e de tudo o que lhe aconteceu.
“Gosto dos projetos que põem o espectador quase na mesma posição da história central, ou neste caso, do protagonista”
Pedro, interpretado por Diogo Morgado, foi abandonado em criança pela família. A personagem, que viveu uma vida inteira enganada face ao real motivo que levou a família a abandoná-lo, vê-se agora com a necessidade de descobrir a verdade. “Já em adulto [o Pedro] descobre que não é nada disso e revolta-se com essa situação e quer a verdade a todo o custo”, explica o ator sobre a personagem que “cresceu de reformatório em reformatório, é alguém que vem da rua, que tem um passado bastante negro”.
Quanto à sua conexão com o personagem que interpreta, Diogo Morgado conta que se ligou à personagem ao entrar no seu drama de vida, onde o ator se questiona sobre que motivo levaria uma família a abandonar um filho. “Gosto dos projetos que põe o espectador quase na mesma posição da história central, ou neste caso, do protagonista”, revela e explica que este é um dos motivos pelo qual é importante criar um elo de ligação com a personagem que encarna. “O que eu gosto nesta personagem é que ela não tem uma linha muito reta na forma correta de agir”, remata.
“Fantástico” é a palavra que o artista usa para descrever a sua presença em Braga para as gravações. “Ainda este ano filmei cá uma minissérie e eu adoro, sou um patriótico por natureza e adoro o meu país. Quanto mais conheço o mundo mais amo o meu país” , sublinha. Para além disso, apesar da situação pandémica, Diogo Morgado revela que está “sempre muito ansioso por contar boas histórias”.
“Temos que ver muita coisa de fora, observar muita gente, tentar perceber o passado desta mulher e o que a leva a fazer determinado percurso”
O papel da vilã Antónia Novais está ao encargo de Marina Mota. Apesar de se encontrar num registo diferente ao que costuma fazer em novelas, a atriz considera que “o que faz este trabalho interessante, é nós podermos vestir e viver a vida de muita gente”. Na sua ótica “as personagens têm que nascer de dentro para fora e não de fora para dentro”. Deste modo, para entrar no mundo da Antónia “temos que ver muita coisa de fora, observar muita gente, tentar perceber o passado desta mulher e o que a leva a fazer determinado percurso”. Ainda sobre a construção da personagem, a artista revela: “não sei qual é o futuro da Antónia Novais, mas tenho que conhecer muito bem o seu passado, ou pelo menos o possível para eu acreditar que ela existe e fazer o público acreditar na sua existência”.
“O que eu espero é que a novela tenha um impacto no público no seu todo, porque a Antónia sozinha não faz uma história”, começa por revelar Marina Mora acerca do impacto que a personagem que desempenha poderá ter nos espectadores. Para si, o essencial é exista um bom trabalho de equipa, visto que são várias as pessoas que trabalham em Para Sempre. “Obviamente que eu espero que o público saiba distanciar entre a Antónia Novais e a Marina Mota, que são duas personalidades completamente distintas e espero que a entenda”, acrescenta.
No que toca às gravações em Braga e em contexto pandémico, a atriz revela que “é uma frustração incrível” por se tratar de “uma cidade maravilhosa”. No entanto, ressalva que esta vinda à cidade minhota “é só uma primeira abordagem”.
“Foi aqui que acho que descobri que esta era a minha profissão e que era o rumo que queria tomar”
Pedro Almendra dá vida a César, diretor financeiro da clínica onde Antónia Novais é dona e braço direito da mesma. “Acho que não vai levantar muito a amizade do público”, revela o ator acerca da personagem.
“Fazer parte de um projeto assim tão longo e poder envolver-me a tempo inteiro num projeto assim é bom e é desafiante” afirma. Apesar de se dedicar mais ao cinema e ao teatro, o artista acrescenta que o que quer é que existam projetos que o “instiguem a melhorar e a crescer”.
Apesar de viver no Porto há mais de 25 anos, as raízes de Pedro Almendra são de Braga. Foi na cidade que o ator cresceu e viveu a sua juventude. “Comecei cá a fazer teatro”, explica e acrescenta: “foi aqui que acho que descobri que esta era a minha profissão e que era o rumo que queria tomar”.
Visto que se vivem tempos atípicos, o ator explica que integrar um projeto como Para Sempre “é desafiante no sentido em que tem que haver muita responsabilidade nossa, de não estarmos em contacto com ninguém quando não estamos a gravar”. Na sua opinião deve existir consciência, pois “se falharmos e formos infetados é uma equipa inteira que para por nossa causa”, finaliza.
“Está a ser bom, está a ser um desafio”
Mafalda Marafusta interpreta Tânia, uma jovem ingénua e que vive submissa da mãe. “Está a ser bom, está a ser um desafio”. É assim que a atriz define a encarnação da personagem. Para si, a cómica Tânia contrasta com personagens ligadas ao drama, que já interpretou no passado. “Gosto muito de drama, acho mais difícil fazer comédia “, explica.
A ligação da intérprete ao Minho advém já do passado. “Gosto muito porque vivi seis anos em Guimarães e passei muito tempo aqui em Braga”, revela.
“Braga é uma das minhas cidades preferidas, é sempre muito bom estar aqui”
Romeu, uma personagem problemática na infância e posteriormente salva por Pedro [Diogo Morgado] é interpretada por Rodrigo Tomás. Pelas palavras do ator, Romeu “é quase como se fosse um filho mais novo [da personagem de Diogo Morgado], um capanga”. A sua personagem cruza-se com Pedro num reformatório e é aí que a união entre ambos nasce.
Para Rodrigo Tomás, um dos principais objetivos é que as pessoas “consigam observar a profundidade da personagem” . Para além disso, destaca a importância de que a mensagem de que as pessoas estão em constante evolução e de que há sempre espaço para que a mudança passe para o público.
No que diz respeito à cidade dos arcebispos, o ator afirma: “Braga é uma das minhas cidades preferidas, é sempre muito bom estar aqui em Braga”. Para além disso, Rodrigo Tomás adianta ainda: “simpatizei com as pessoas do Minho”, devido aos vários trabalhos que já fez na região.
Multimédia: Diana Carvalho
Março 22, 2021
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