Aos 87 anos, Maria José Valério é mais uma vítima da covid-19. A cantora e sportinguista faleceu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, esta quarta-feira, dia 3 de março.
Nascida a 3 de maio de 1933, na Amadora, Maria José Valério Dourado é um nome associado ao Sporting Clube de Portugal. Dá voz à marcha “Viva o Sporting” e, com uma indumentária a rigor, marcava presença em todas as festas e jogos do clube de coração.
Contudo, o reportório da artista vai para além do clube leonino. Dividido entre a canção ligeira e o fado, interpreta temas como “Fado da Solidão“, “Deixa Andar“, “Férias em Lisboa“, “Lisboa, Menina Vaidosa” ou “Nunca Mais“. É com canções como “Olhò Polícia Sinaleiro”, “Menina dos Telefones” ou “As Carvoeiras” que atinge maior notoriedade.
Ao longo da década de 1950 participou em espetáculos da Emissora Nacional e em emissões experimentais da RTP. Mais tarde, estreou-se na ficção. Em 1990, participou na série televisiva “Um Solar Alfacinha” ao lado de atores como Deolinda Rodrigues e Pedro Pinheiro. Em 2000, fez parte de “Casa da Saudade“, de Filipe la Féria, contracenando com Raul Solnado, Carmen Dolores, João d’Ávila, Helena Rocha, entre outros. A artista também teve lugar no grande ecrã com o filme O Homem do Dia (1958), de Henrique Campos e Teresita Miranda.
Ambos os municípios de Lisboa e da Amadora homenagearam a sportinguista. No ano de 2004, recebeu a Medalha de Mérito da Cidade de Lisboa e, em 2009, deu nome ao centro cultural da freguesia da Venteira, na Amadora.
Maria José Valério vai ser sempre recordada como a voz da festa e alegria das bancadas do seu adorado clube. A voz inconfundível e a imagem singular da artista marcaram um país.