Depois de So Good (2017), Zara Larsson está de volta com um terceiro álbum de estúdio, Poster Girl. Demorou quatro anos, mas a popstar sueca regressou a 5 de março com um projeto cheio de hits.
A voz de hinos como “Symphony”, “Lush Life” e “This One’s for You” traz-nos mais uma coletânea de 12 músicas pop com um espírito indispensável. O trabalho conta com influências de disco, teen pop, dance e, claro, o tão icónico europop. Nada de chocante, ou surpreendente, mas tudo o que queríamos de uma das maiores estrelas na música contemporânea.
O projeto, Poster Girl, abre com o primeiro single, “Love Me Land”. A faixa fala do processo de redescoberta depois de terminar uma relação. Uma fase em que sentimos que o amor nunca voltará a espreitar pela nossa janela, mas Zara lembra-nos de que o único amor que realmente precisamos é o que temos por nós mesmos. Na música podemos ouvir: “Nunca pensei que poderia amar outra vez, mas aqui estou eu, na terra do ‘eu amo-me’”.
Chegamos a “WOW”, que é um som sobre a linguagem do amor, “palavras de afirmação”. A cantora fala sobre a sensação surreal presente no momento em que o parceiro diz “wow”, mesmo quando ela não se sente no seu melhor. Ao som de uma das melhores produções da discografia de Larsson, ela diz: “Bebé, eu nem estou num vestido. Estou de t-shirt no sofá, mas a forma que tu me queres faz-me querer-te. Só tens de dizer ‘wow’”.
Na música que dá título ao álbum, a artista sueca retoma o tema de um amor forte que vive. Sendo que a expressão poster girl (título do álbum) significa “uma rapariga que serve de exemplo para algo”, Zara explica que, apesar de não ser a poster girl de um ser sentimental, ela não consegue deixar de sentir quando está próxima desta pessoa. O tom da música é um excelente exemplo daquilo que podemos encontrar no resto do projeto, talvez por isso seja o título.
Com “Look What You’ve Done”, parece que Zara Larsson pretendia dar um grito de liberdade. A música tem uma estrutura semelhante à colaboração que a cantora tem com Clean Bandit, “Symphony”. O uso de instrumentos de cordas e as notas altas da voz da cantora dão um tom muito semelhante a estas músicas. No entanto, isto não nega a qualidade de “Look What You’ve Done”, que acaba por surgir como ponto de vista antagónico a “Symphony”. A última fala sobre o desejo de manter alguém perto para sempre, mas, neste projeto, deparamo-nos com uma Zara saída de uma relação, livre, leve, solta e, acima de tudo, feliz.
Depois de imensas mudanças de mood ao longo do álbum, naquilo que toca à relação de a cantora tem com o amor, surge a maior recaída, “Ruin My Life”. Falamos de uma música inteira dedicada a amar tanto alguém que se quer que ela arruíne a nossa vida. A artista mostra que, mesmo depois daquilo que disse em “Look What You’ve Done”, se arrepende de ter terminado a relação. Tanto de forma figurativa, como literal, Zara Larsson diz: “Eu quero que arruínes a minha vida, que arruínes as minhas noites. Quero que faças tudo e se ficar mal, eu faço com que fique bem”. É o amor realista que todos queremos.
Quando chegamos a “FFF” toca-se num ponto demasiado sensível. Aquele momento em que estamos com o nosso querido amigo e do nada, percebemos que queremos mais que uma simples amizade. Não há nada mais relatable do que: “Há uma faísca entre nós, ou só platónico? Aqui estou eu a cair por um amigo. Bebé, não finjas que não o sentes, eu sei que sim”. Claro que ajuda imenso que a produção desta faixa seja incrível.
Todo o som do álbum é incrivelmente coeso, o que dá um ar de requinte pouco sentido em álbuns pop. Zara fala de amor, medo de amar, não querer amar e simplesmente ter uma boa noite. A produção é ótima, falámos de cordas entre outros instrumentos acústicas misturados com sons synth.
O top três é “Love Me Land”, “WOW” e “Love Me Land”. Hinos de amor próprio com batidas intensas e um ritmo contagioso é tudo o que o mundo precisa em 2021.
Álbum: Poster Girl
Artista: Zara Larsson
Editora: Epic Records
Data de Lançamento: 5 de março de 2021