Em tempos de ensino e de avaliação à distância, a ferramenta RESPONDUS tem sido alvo de críticas.
André Teixeira, estudante de Direito, mas também candidato pela Lista C ao Conselho Geral, enviou esta terça-feira, dia 9 de março, uma denúncia relativa ao Respondus à Comissão Nacional de Proteção de Dados. De mencionar que não é a primeira vez que o aluno se insurge contra a respetiva ferramenta. A primeira tentativa foi com a carta da AEDUM, associação à qual preside.
Na queixa, à qual o ComUM teve acesso, é pedido que esse tipo de métodos seja considerado ilegal. São enumerados vários motivos para tal, onde se pode destacar a “inaceitável prerrogativa de alienar os dados de vigilância do estudantes, sem autorização, ao fornecedor do serviço em causa, que os pode vir a utilizar para fins que os alunos não autorizaram nem imaginam integralmente quais possam vir a ser”.
Em entrevista ao ComUM, André Teixeira afirma que a principal motivação da tomada desta atitude “foi o facto de ter percebido que depois de tanto protesto, absolutamente nada iria acontecer”. “Decidi fazê-lo a nível individual”, ressalva contudo.
Considerando um mecanismo “desnecessário e não eficiente”, RESPONDUS “usa dados biométricos e capta imagens de pessoas para assegurar que não estão a copiar”. Além disso, não prevê a fraude académica, dado que é possível o acesso a resumos, ao telemóvel e “contrariar todos aqueles obstáculos”.
Sendo um dos candidatos a representantes dos alunos no Conselho Geral, questionar o impacto desta atitude nas eleições é incontornável. “Gostaria de já ter feito esta denúncia há mais tempo”, começa por referir. Como não o fez, o objetivo passa agora por chamar à atenção para a campanha eleitoral e diminuir a abstenção, “tendo em conta a enorme quantidade de estudantes que nem sequer sabe que o órgão existe”. André Teixeira espera “que isto ajude a aumentar a democracia e a representatividade na universidade”.
O estudante de Direito, durante a entrevista, enuncia ainda aquilo que julga serem alternativas para evitar a utilização destas plataformas. “Testes que não exijam única e exclusivamente decorar coisas ou escorrer grandes quantidades de factos” é uma das hipóteses.
“Nós precisamos de métodos diferentes de avaliação, que não sejam dependentes de ferramentas, mas de formas de avaliar que verifiquem que as pessoas conseguem resolver problemas, mais do que simplesmente debitar qualquer tipo de matéria”, finaliza.