O edil pede uma afectação mais equilibrada dos recursos e inclusão de projectos estratégicos para o concelho.

O Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, endereçou esta quarta-feira uma carta ao Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, ao Ministro do Ambiente e Transição Climática, João Matos Fernandes, e ao Ministro do Planeamento, Nelson Souza. Em causa estão um conjunto de contributos relativos ao Plano de Recuperação e Resiliência Económica (PRR).

Já na segunda-feira, dia 1 de maio, a Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM Cávado) aprovou e apresentou os seus contributos no âmbito do processo de consulta pública relativa ao PRR. No documento, manifestou preocupações ligadas à falta de auscultação de determinados autores. Por sua vez, Ricardo Rio denuncia a falta de auscultação dos agentes do território, a subvalorização das verbas a alocar à região Norte, a concentração de recursos nas áreas metropolitanas e a omissão de projectos capazes de melhor concretizar as diversas dimensões do PRR no território, conformes com as prioridades da União Europeia.

Neste seguimento, o autarca critica a visão “excessivamente centralista” do plano e mostra-se desiludido com a falta de estímulos ” à competitividade e à capacitação do tecido empresarial e o flagrante esquecimento das áreas da cultura e do desporto enquanto motores de desenvolvimento do território e promoção da coesão social”. Pede então uma reformulação do PRR, que garanta “uma afectação mais equilibrada e harmoniosa dos recursos disponíveis que vá ao encontro das aspirações dos territórios, alinhando os projectos com as metas que se pretendem atingir”.

No conjunto de prioridades para Braga identificadas pelo Executivo Municipal que devem estar abrangidas pelo PRR encontram-se “projectos estruturantes para a cidade e a região”, como é o caso do BRT – Bus Rapid Transit para o concelho. Segundo o comunicado da autarquia, este deverá ser “ser a solução de transporte colectivo que melhor se adapta à dimensão da cidade, em detrimento de outras opções com menos premência”, por ser um projeto “fiável, moderno, atrativo e com capacidade de transporte elevada”.

A implementação do BRT tem um custo estimado de 150 milhões de euros, nos quais se incluem os estudos e fiscalização, as obras de inserção urbana, veículos, sistemas de bilhética e centro de controlo. Deste modo, Ricardo Rio descreve o projeto como “essencial para o esforço colectivo de alcançar as metas europeias para a neutralidade carbónica”, pelo que deve ser abrangido pelo PRR.