Na conversa sobre a gestão sustentável, os oradores abordaram principalmente a sustentabilidade nas empresas durante a pandemia.

Realizou-se esta quinta-feira, dia 15 de abril, um evento com o tema “Gestão Sustentável”, organizado pela Society Loving The Planet Minho e pela Vision Minho Legal Lab. O evento teve lugar na plataforma Zoom e contou com a presença de João Ribeiro, professor na escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e investigador do CICS-Nova-UMinho, Cláudia Coelho, licenciada em Engenharia do Ambiente com uma pós graduação em Sistemas de Gestão Ambiental e Ana Madsen, doutorada em Sistemas de Mercado/Economia da Empresa e que trabalha como consultora em várias empresas.

O primeiro aspeto abordado na conversa foi a relevância do ambientalismo e as questões ecológicas das empresas. Ana Madsen atesta que “quando se fala de empresas tem-se que ver de que tipo é que se está a falar pois existem vários ramos onde a sustentabilidade é importante”. João Ribeiro afirma que “o estado em que nós chegamos não é nada promissor, nada risonho e até trágico em muitos aspetos”.

Este aborda alguns pontos que considera cruciais acerca do assunto como a importância da nossa capacidade de questionar, o nosso papel na relação com o meio ambiente e a nossa capacidade de aprender com os erros. No entanto, declara que “a capacidade de esquecer é mais poderosa do que as catástrofes”. Na perspetiva de Cláudia Coelho, esta sublinha que há uma maior pressão e, consequentemente, um maior reconhecimento por parte das empresas. “Há uma sensação de que esta é a década decisiva”.

O facto de algumas empresas que não são verdes tentarem vender a imagem que o são, o chamado brainwashing, foi outro ponto discutido. João Ribeiro vê isto comouma propaganda enganosa”. Para Cláudia Coelho, “há cada vez mais uma tentação para se ser verde e para se estar na moda, mas há também uma opinião pública e um consumidor cada vez mais atento e critico”. Por outro lado, Ana Madsen vê o brainwashing como algo positivo: “o facto de vermos empresas a fazerem o brainwashing significa que estas percebem que o mercado quer esta visão de sustentabilidade e verde”. “Se se dão ao trabalho de inventar que tem estes certificados então é porque estamos num bom caminho na colocação da população”, adiciona a oradora.

Num outro momento, foi também pedido aos oradores para partilharem os passos que estes consideravam importantes para uma empresa ser realmente sustentável. Para Cláudia Coelho, ter um plano que define exatamente os passos, ações e iniciativas que se tem de desenvolver é fundamental. Ana Madsen enfatiza que “são os pequenos passos, seja na parte da produção como na parte dos recursos humanos como o tipo de energia que se está a utilizar, que tornam as empresas mais viáveis e mais sustentáveis”.

Na visão de João Ribeiro, o que leva uma empresa a ser sustentável é esta saber reconhecer os erros e dar passos na sua eliminação tal como, perceber o que pode ganhar com as mudanças. A capacidade de se inovar, reinventar e de se renovar, um pensamento sistémico e o saber comunicar, também são pontos importantes mencionados pelo orador.

Em forma de conclusão, os oradores deram o seu testemunho sobre a importância da gestão sustentável. “É extremamente importante, urgente e necessário este pensamento sustentável sobre a gestão”, admite João Ribeiro. “As empresas que não forem ecologicamente sustentáveis e não adotem boas práticas ambientais não vão ter sucesso pois deixam de ser competitivas por várias vias “, conclui Cláudia Coelho.