Norah Jones não se deixou intimidar pela atual situação pandémica e, contra todas as expectativas, lançou um álbum a 16 de abril. O primeiro álbum ao vivo traz-nos 14 músicas apresentadas pelo mundo e, ainda assim, com um toque intimista.

Norah Jones, cantora, pianista e compositora norte-americana, depois de Pick Me Up Off The Floor, presenteia os fãs com um projeto composto com atuações ao vivo pelo mundo fora em anos diferentes. Deste álbum com 14 músicas, seis delas foram gravadas no Brasil. Outros dos sítios eleitos foram os Estados Unidos, França e a Argentina.

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Mantendo o tom jazz a que nos habituou, faz-se acompanhar do guitarrista Jesse Harris, dos baixistas Christopher Thomas and Jesse Murphy, do baterista Brian Blades, do percussionista Marcelo Costa, do flautista Jorge Continentino e no órgão Pete Remm. A banda em momento algum deixa de acompanhar a qualidade assustadora de Norah Jones. O piano da cantora é tão protagonista como a voz, mas destaquemos, igualmente o trabalho de Harris. Para além do toque de jazz, encontramos, igualmente, influências bem colocadas de soul e country.

Apenas duas músicas não são da autoria da cantora. Curiosamente, Norah Jones decidiu abrir e fechar o álbum com os dois covers. “Cold, Cold Heart”, no entanto, dá uma abertura mais alegre face ao tom de “Black Hole Sun”, que acaba o projeto. Ambas as músicas são muito bem interpretadas sem serem, de todo, uma cópia das originais. O resto do álbum vai alternando tons mais alegres, mais neutros ou mais tristes, mas sempre a dar-nos a sensação de que estamos numa sala a aproveitar um concerto privado.

‘Til We Meet Again, apesar de não ser inovador ou de destoar dos restantes projetos de Norah Jones, é uma lufada de ar fresco e de boa música. Sublinhe-se, ainda, que todas as músicas tocadas ao vivo não ficam atrás das versões de estúdio. Como exemplo disso temos “Don’t Know Why”, uma das músicas mais conhecidas da versátil artista, que, não fugindo à regra, não desilude.

Num ano tão atípico como o que vivemos, este projeto vem para nos reconfortar e mostrar que há coisas que continuam iguais, como é o caso desta voz poderosa. Apesar de não contar com músicas novas, ‘Til We Meet Again serve perfeitamente para uma tarde acolhedora e para matar a saudade até que nos voltemos a encontrar.