A AIESEC pretende desenvolver o potencial humano, incrementando competências de liderança nos jovens, através de experiências multiculturais.
A Associação Internacional de Estudantes de Ciências Económicas e Empresariais, usualmente conhecida como AIESEC, surgiu após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, pela mão de um grupo de estudantes de diferentes países. O propósito era promover a troca de ideias e interação entre culturas, desenvolver a paz e o potencial humano.
Na AIESEC “os jovens são a chave da liderança para que eventos como a segunda guerra mundial não se voltem a repetir”, afirma Rita Leite, presidente da AIESEC in UMinho, ao ComUM. A organização, reconhecida como a maior no mundo liderada por jovens, proporciona experiências multiculturais com o objetivo de desenvolver competências de liderança, através dos programas de voluntariado e de estágios internacionais.
Questionada sobre o impacto que as iniciativas têm nos jovens, seja em estágios ou experiências de voluntariado internacionais, Rita Leite optou por dar o seu testemunho pessoal. “Eu fiz um voluntariado internacional de seis semanas na Itália, em Milão, numa instituição com crianças e jovens adultos com algum tipo de deficiência”, declara. “Esta experiência estimulou em mim a necessidade de contribuir, de criar diferenças na comunidade, de zelar por quem está ao meu lado. Tornei-me mais humana, sensível e atenta ao Mundo. Percebi que apenas com pequenos gestos crio um grande impacto na vida daquelas pessoas”, confidencia.
Rita assegura que experiências como estas, contribuem para a construção pessoal, abrem horizontes, ensinam a criar bem-estar nos outros enquanto líderes. “Não há felicidade mais genuína do que viver contribuindo também para a felicidade dos outros” e, mencionando a vertente pessoal, afirma: “nós nunca podemos ambicionar ser algo a nível profissional se não nos construirmos primeiro a nível pessoal”. “Só quem passa por uma experiência assim percebe alcance das palavras”, refere a presidente da AIESEC in UMinho, visivelmente emocionada.
A AIESEC conta com mais de 2000 escritórios espalhados por mais de 100 países, e todos partilham os princípios e códigos da organização. A gestão da organização é feita local, nacional e internacionalmente e através do digital com a gestão do website e das redes sociais. Na Universidade do Minho, a estrutura integra um Departamento de Marketing, responsável pela criação de conteúdos, workshops e apresentação dos programas da organização em eventos e, ainda, um Manager de Relações Públicas, responsável pelo contacto com outras organizações que “possam ter valores semelhantes à AIESEC”, aumentando, assim, a rede de contactos e parcerias. Tudo feito, sempre, em coordenação com a direção nacional para garantir um alinhamento uniforme da organização.
A AIESEC in UMinho é, atualmente, considerado o segundo melhor escritório da Europa, o melhor de Portugal, posicionando-se também no top 30 dos melhores escritórios da organização no Mundo.
“Considero que este bom posicionamento do nosso escritório, aqui na Universidade do Minho, reflete a cultura e o propósito dos nossos membros que lutam pelo bem-estar da comunidade e querem acrescentar competências de liderança nos jovens”, justifica Rita. “Quando as pessoas acordam todos os dias com um propósito tão grande não há como as coisas darem errado”, adiciona.
“O processo de candidatura é muito simples e relativamente rápido. É feito na plataforma aiesec.org e através do registo de uma determinada pessoa, toda a organização têm acesso às informações sobre o candidato. Num período de 24 horas a pessoa é contactada, de modo a conhecermos melhor os seus objetivos”, menciona Rita. E reforça: “a maioria das pessoas que contacta a nossa organização sabe muito bem aquilo que procura”.
Acrescenta que, numa primeira fase, a AIESEC “oferece as melhores propostas” e posteriormente, na segunda fase, intitulada como “apply”, é feita “a requisição de entrevistas ou um pequeno vídeo de resposta a algumas perguntas”, em conjunto com o pagamento de uma taxa associada. A AIESEC é uma ONG sem fins lucrativos e estas taxas pedidas não são em vão, permitem que nas experiências seja fornecida à pessoa o acesso ao alojamento durante todo o período e uma refeição grátis por dia de trabalho.
A situação pandémica, neste último ano, veio ampliar a necessidade desta organização em combater desigualdades e colmatar problemas enraizados nas comunidades locais. Apesar das dificuldades sentidas, “a AIESEC nunca deixa de intervir por acreditar no impacto que pode ter com os seus projetos”. “Temos urgência em ajudar e contribuir”, enfatiza ainda.
A presidente da AIESEC in UMinho refere ainda que, durante a pandemia, a organização tomou mais medidas e protocolos, alguns suscetíveis a reformulação. “Os nossos parceiros possuem as condições específicas que os alojamentos têm de ter, neste contexto, para que o realizar da experiência seja o mais segura possível”. Além disso, passaram a trabalhar com um grupo mais restrito de parceiros, sobretudo a Europa e especificamente a Itália. Apesar disso, também a Roménia, Turquia, Alemanha e Bélgica, “cumprem os requisitos exigidos na situação atual”, constituindo-se, por isso, como fortes parceiros da organização.
A “liderança é o core da nossa organização”, garante Rita Leite. “Que todos os jovens tenham a oportunidade de ter uma experiência cultural destas, seja através de voluntariando ou estágio internacional, em contactar e lidar com outras culturas e prestar ajuda à comunidade” é o grande propósito, conclui a presidente do escritório da AIESEC na Universidade do Minho.