O Amante é um romance autobiográfico de Marguerite Donnadieu, também conhecida pelo seu pseudónimo Marguerite Duras. A escritora francesa faz parte da lista dos maiores escritores de literatura do século XX. Para além da obra O Amante, também é conhecida por ter escrito Uma Barragem Contra o Pacífico (1950), Moderato Cantabile (1958), Hiroshima, Meu Amor (1959) e India Song (1973).

A obra retrata acontecimentos pessoais da própria escritora, que vivia desde pequena com a mãe e os irmãos na Indochina Francesa. Ao atravessar um afluente do rio Mékong, a bela jovem de quinze anos conhece o filho elegante de um negociante chinês. Desde esse encontro, surge uma paixão que desafia as convenções da sociedade e que traz consigo as consequências do erotismo na sociedade do século XX.

DR

Nesta obra, são abordados aspetos da vida adolescente. Desde a autodescoberta, a puberdade, o envelhecimento, a procura do prazer ardente, da paixão, à luta pela fuga do mundo preconceituoso. A história retrata ainda o conflito intergeracional, uma vez que a narradora procura libertar-se do domínio materno e do ódio entre irmãos.

As personagens, baseadas no verídico, imergem num ambiente perverso, pesado. Isto acontece por causa da altura repleta de mudanças significativas e de perdas em que estas se inserem. Adicionalmente, a variedade de sensações, relativas ao cenário onde estão presentes todos os indivíduos que fizeram parte da vida da jovem, acabam por ser afetadas pela presença colonial francesa no Oriente.

A escrita é inteligível e simples, no entanto, a forma como estão descritos os acontecimentos dão dimensão ao livro. A maneira como são abordados os momentos exóticos, de stress e de pressão social tornam o enredo e a história cativantes. Do mesmo modo, mostram a intemporalidade e exacerbação da paixão inquietante jovem.

O Amante recebeu o Prémio Goncourt e o Prémio Ritz Paris Hemingway, para o melhor romance publicado em inglês, em 1986. Além disso, a obra conta com uma adaptação ao cinema, tal como muitos livros de Duras. O filme foi dirigido por Jean-Jacques Annaud.