“É por isso que nos esforçamos, para no final do dia o mundo ficar um bocadinho melhor do que o que nós encontramos no início”, declara Carla Lourenço relativamente ao seu projeto Straw Patrol.
Esta quarta-feira, dia 26 de maio, decorreu mais uma sessão de “No Ambiente Certo”, promovida pela Society Loving the Planet Minho. Tendo como tema a “Poluição nos Oceanos”, a conversa decorreu via Facebook, contando com a participação da bióloga marinha Carla Lourenço.
A convidada começa por afirmar que o seu percurso académico a levou a fundar o projeto Straw Patrol. Este é caracterizado como um projeto de sensibilização e ação ambiental, tendo três pilares como base de trabalho. A oradora sublinha que os três pilares se complementam uns aos outros.
Educar situa-se num lugar de destaque porque “na base de qualquer mudança está a educação, o transmitir o conhecimento científico”. Sem conhecimento não é possível sensibilizar e fazer com que as pessoas mudem os seus comportamentos. Além disso, Carla acredita que é essencial apostar na educação a nível das escolas com sessões quer teóricas quer práticas.
Reduzir encontra-se em segundo plano e está “muito ligado com a educação”. O projeto tem como intuito que as pessoas tenham em atenção as suas ações e que reduzam o seu impacto negativo. Por fim, o grande objetivo final é proteger os oceanos, rios e mares, por isso é que é essencial reduzir.
Questionada acerca dos constrangimentos resultantes da pandemia, Carla Lourenço menciona que não é possível afirmar que a pandemia tenha levado os voluntários a desistirem ou a sentirem-se desmotivados, porque os representantes do projeto decidiram “ir com mais calma”. Tal como a oradora diz: “houve alguns momentos em que voltamos a organizar limpezas, mas consideramos que, por uma questão de saúde pública e de proteção dos voluntários, não o iriamos fazer em grupos enquanto as coisas não estivessem melhor”.
Carla Lourenço enfatiza que a poluição agravou ainda mais com a pandemia, visto que as pessoas começaram a aderir ao descartável, o que traz problemas associados. “Pararmos um bocadinho e vermos o que estamos a fazer de errado no nosso quotidiano”, crê a bióloga marinha, é fundamental.
O grande desafio do projeto é perceber se têm adesão ou não de voluntários. Quando organizam uma limpeza, o projeto nunca sabe ao certo se a limpeza terá muita ou pouca adesão. A convidada dá ênfase ao facto de que pessoas de outras áreas, que não as áreas do ambiente, são sempre aceites. “É essa diversidade que traz complementaridade aos grupos, uma partilha de conhecimentos e experiências que fazem com que o resultado seja ainda melhor”, remata.