No mês de junho, o ComUM volta a sugerir-lhe vários eventos culturais na região do Minho.

Com o mês de junho chega o tempo mais quente, mas também a cultura em força. A programação presencial, tanto em salas de espetáculo como ao ar livre, volta a ser a norma por quase todo o país. Apesar das regras impostas, devido à pandemia, o público volta a estar presente para apoiar os artistas e viver a cultura em comunidade.

A secção de Cultura do ComUM traz várias sugestões nas áreas do teatro, da música e do cinema, em Ponte de Lima, Viana do Castelo, Guimarães e Braga. Desde aliviar o stress a preencher os tempos livres, tudo é um bom motivo para consumir arte.

Teatro Diogo Bernardes – Ponte de Lima

No Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, a cultura continua a subir a palco através dos vários espetáculos durante o mês de junho. Os bilhetes para os eventos podem ser adquiridos no balcão do Teatro Diogo Bernardes ou na bilheteira Online.

A 4 de junho “Wake Up” está em cena pela Companhia “A Turma”. A encenação faz parte de um trabalho de reescrita e adaptação do texto “Wake Up and Smell The Coffee”, do ator Eric Bogosian. Este monólogo, assinado por António Parra, em colaboração com Luís Araújo, diluí a fronteira entre teatro e stand-up, intérprete e público e ator e personagem.

A 5 de junho, o espetáculo de música clássica “Para uma leitura da Vida de Maria” dá a conhecer, em português, o ciclo poético de Rainer Maria Rilke sobre a Virgem Maria.Vai ser possível ouvir as obras de Hindemith, Brahms, Schumann, Strauss e Alban Berg, que vão ilustrar a leitura, intensificando-a ou criando pausas para refletir.

Teatro Diogo Bernardes

Teatro Sá de Miranda – Viana do Castelo

Em Viana do Castelo, o Teatro Municipal Sá de Miranda recebe espetáculos variados durante o mês de junho. Para mais informações sobre os mesmos, pode aceder ao site oficial do Teatro.

A 2 de junho há a peça “Os guardas do Museu de Bagdad” que retrata os momentos antes do saque ao Museu do Iraque em 2003, onde milhares de peças foram roubadas e destruídas, enquanto as forças americanas apenas assistiam. Este momento é abordado vários anos depois, porque a destruição do património iraquiano continua a existir e ninguém foi julgado pelo que aconteceu nesse ano. A peça é sobre toda a gente e não apenas sobre o Iraque.

“Noites em Caxias” está em cena de 4 a 13 de junho de 2021, na Sala Experimental do Teatro. A encenação relata a vida de duas mulheres que viveram durante a ditadura. A história é baseada na mulher que chegou mais alto na história da PIDE, desconhecida pela maioria dos portugueses.

Já no final do mês, no dia 26 de junho, é apresentado “Zeca Canta Zeca”, um projeto de José Barbosa, Paulo Pino, Jaime Alvarez e Eliseu Matos. O espetáculo dedicado a José Afonso celebra as suas dimensões artística e humana, mas também a sua luta pela liberdade.

Festivais Gil Vicente – Guimarães

Os Festivais Gil Vicente regressam entre o dia 2 e 11 de junho, ao Centro Cultural de Vila Flor (CCVF) e ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG). O evento assume-se como um palco privilegiado para a apresentação da produção teatral nacional e contemporânea. Este ano conta com seis peças de teatro, sendo que metade são estreias absolutas. O mote é “Formas de imaginar o fim para lançar outros começos”. Os bilhetes e assinaturas estão à venda nos balcões do CCVF, do CIAJG, da Casa da Memória, da Loja Oficina e nos locais habituais.

A 33ª edição do festival arranca com “Fora de Campo”, dos Silly Season, no Grande Auditório do CCVF. No dia 3 de junho, no Pequeno Auditório do CCVF, estreia “Cordyceps”, criado por Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça. No dia seguinte, na Black Box do CIAJG, está em cena “A Fragilidade de Estarmos Juntos”, com texto de Miguel Castro Caldas e interpretação do mesmo, António Alvarenga e Sónia Barbosa.

“Memorial”, da autoria de Lígia Soares, é apresentado no palco do CIAJG a 9 de junho. “OFF”, produzido pela “Mala Voadora” e com texto baseado em “Dying” de Chris Thorpe, pode ser visto no dia 10, no Grande Auditório do CCVF. Já no Pequeno Auditório, os “Festivais Gil Vicente” terminam com “Ainda Estou Aqui”, com interpretação e música ao vivo de Bruno Ambrósio, Débora Umbelino (Surma), Eduardo Frazão e Rodolfo Major. O espetáculo, escrito e encenado por Tiago Lima, ganhou a 3ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço.

Festivais Gil Vicente

Manel Cruz – Caldas das Taipas (Guimarães)

Manel Cruz atua a 24 de junho no Largo das Termas, nos Banhos Velhos, às 18:30. O artista portuense vai apresentar “Vida Nova” (2019), o seu único álbum a solo até ao momento, como também repertório mais antigo, temas inéditos e outros “que nunca vão existir”. Depois de Ornatos Violeta terem voltado a dar concertos em 2019 para celebrar “O Monstro Precisa de Amigos”, Manel Cruz fez-se à estrada com “Tour Nedó” em 2020.

O concerto, promovido pela Taipas Turitermas CIPRL, realiza-se no dia em que os Banhos Velhos comemoram o seu 10º aniversário de programação cultural. A entrada é gratuita, mas está sujeita à limitação da capacidade do espaço. O espetáculo faz parte da Agenda Cultural do Município de Guimarães, que durante este mês vai coorganizar várias atividades relacionadas com música, teatro, cinema e gastronomia.

Taipas Termal

Cinema no Theatro Circo – Braga

Como de costume, o Theatro Circo vai exibir filmes todas as segundas-feiras deste mês (exceto dia 21), com início às 19 horas. Os bilhetes custam 4€ para o público geral e 2€ para quem tem Cartão Quadrilátero, podendo ser comprados ou reservados no site do Theatro Circo.

“Marighella” (2019), de Wagner Moura, estreia no dia 7 de junho. Adaptado do livro “Marighella – O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo’ de Mário Magalhães” (2012), o filme baseia-se nos últimos cinco anos do ex-deputado, poeta e guerrilheiro brasileiro, que durante a ditadura militar liderou um dos maiores movimentos de resistência ao governo. O filme é estrelado pelo cantor e compositor Seu Jorge, que já participou em filmes como “Cidade de Deus” (2002), “Um Peixe Fora de Água” (2004) e “Tropa de Elite 2” (2010).

Marighella” (2019)

No dia 14 é possível ver “Charlatão” (2020), realizado por Agnieszka Holland. A longa-metragem ganhou cinco prémios nos Czech Lion Awards, incluindo os de Melhor Filme e Melhor Realizador. “Charlatão” é inspirado na vida do curandeiro checo Jan Mikolášek, que tratou centenas de pessoas utilizando remédios naturais. O mesmo foi perseguido pelo regime comunista do governo checoslovaco e acabou por ser preso. A personagem principal é interpretada pelo ator Ivan Trojan, na vida adulta, e Josef Trojan, o seu filho, na juventude.

Por fim, o grande ecrã do Theatro Circo recebe “Mr. Klein” (1976), de Joseph Losey, no dia 28 de junho. O primeiro filme francês do realizador norte-americano é considerado uma das suas maiores obras, tendo ganho três prémios César. “Mr. Klein” é sobre um negociante oportunista, que se aproveita da Ocupação para enriquecer, comprando ao desbarato peças de arte valiosas aos judeus em fuga. Um dia, a sua identidade é posta em causa quando é confrontado com a existência de um “outro” Robert Klein, um judeu procurado pela polícia.

Mr.Klein

Artigo por: Adriana Brito e Matilde Durães