O evento vai decorrer entre os dias 5 e 7 de maio e conta com a participação de vários convidados de renome, entre eles, Marisa Matias e Ana Gomes.

“De Igual para Igual: um ciclo de conferências feministas” é um evento promovido pelo movimento HeforShe Universidade do Minho, que começa esta quarta-feira e estende-se até sexta-feira. Em entrevista ao ComUM, Sara Manuela, cocoordenadora do HeforShe UMinho e Beatriz Brandão, diretora do departamento Cultural e Recreativo, explicam como despontou a ideia e de que forma vai ocorrer o evento.

Beatriz começa por referir que a iniciativa surgiu como uma forma de “acabar o ano em grande”, sendo este o último evento do mandato da atual direção. Por sua vez, Sara afirma que o evento vai decorrer exclusivamente em formato online, “não só porque estamos em pandemia, mas por ser mais fácil trazer oradores”. Na lista dos oradores, constam nomes como Marisa Matias, Ana Gomes, Inês Sousa Real e Margarida Balseiro Lopes. O evento conta ainda com a participação da ADAUM (Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho) e a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima).

No programa do evento, constatam vários debates e conversas onde serão abordados temas como as mulheres na política, o género nas profissões, a violação como crime público ou não, entre outros. Beatriz declara que “a escolha dos temas foi feita com base no que tem sido debatido atualmente”. Dá o exemplo da violação, “que tem sido muito referida nas redes sociais, surgindo até alguns casos bastante mediáticos”. No que diz respeito ao tema do género nas profissões, enfatiza que “é um tema que está sempre atual”. “Hoje em dia ainda temos profissões que são condicionadas por um determinado género”, sublinha ainda.

Deste modo, Sara Manuela revela que o principal objetivo das jornadas é “consciencializar a comunidade académica”. Acredita que é necessário abordar determinados temas para que seja possível formar uma opinião fundamentada relativa aos mesmos. “Nós próprias não temos opiniões formadas, por exemplo, se a violação devia ser um crime público ou não”, reconhece a jovem. Por isso, o intuito é “trazer o debate para a comunidade” sem, contudo, “doutrinar ninguém”. “Não queremos que as pessoas mudem completamente os seus ideais”.

A diretora do departamento Cultural e Recreativo admite esperar bastante adesão da comunidade académica, não só por serem explorados temas como a violação, mas também por participarem alguns nomes conhecidos. Sara Manuela acrescenta que “a comunidade académica, às vezes, fica um pouco reticente porque não reconhece o significado de feminismo”. Assim, compreende que “as pessoas, primeiro, têm de saber o que é feminismo e não devem deixar de assistir aos nossos eventos por acharem que somos o que nós não somos”.

Sobre importância do evento para a divulgação do HeforShe UM, Beatriz considera que “um evento tão marcante vai trazer a visibilidade que não havia até agora, inclusive pode ajudar as pessoas a quererem candidatar-se para o ano no recrutamento”. Sara, por sua vez, espera que “este seja um projeto para dar continuidade”, com uma possível segunda edição no próximo ano letivo.

Relativamente a eventos e iniciativas futuras, Beatriz confessa que “já existem algumas ideias, mas nada em específico”. Sara Manuela acrescenta que ainda durante este ano vai ser concluído o relatório das máquinas. Este permitirá a introdução de máquinas de venda de produtos de higiene íntima nas instalações da Universidade do Minho.