O evento contou com a participação dos psicólogos Susana Vieira e Ricardo Pinto.
A ACE Junior Agency, em colaboração com o Núcleo de Estudantes de Biologia Aplicada (NEBAUM), promoveu, esta sexta-feira, uma mesa redonda sobre Inteligência Emocional. Os convidados da noite foram os psicólogos Susana Vieira e Ricardo Pinto.
Ricardo Pinto começa por referir que pessoas emocionalmente inteligentes são capazes de “reconhecer os seus sentimentos e consequentemente conhecer os outros”. Admite ainda que “discorda da ideia de que essas pessoas são frias e desprovidas de sentimento”, concretizando que “são bastante assertivas no sentido de ajuda do outro”. Comparando a inteligência emocional com o QI (quociente de inteligência), o psicólogo enfatiza a ideia de que a primeira “não nasce com a pessoa – tem de ser desenvolvida”.
Por sua vez, Susana Vieira reconhece que uma pessoa emocionalmente inteligente “não é um controlador de emoções”, mas sim alguém “que se conhece a si próprio”. Faz também uma comparação entre o passado e o presente, sublinhando que “no recrutamento de agora, valoriza-se muita a inteligência emocional – é uma das competências requeridas”.
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Questionado sobre o possível surgimento de problemas psicológicos associados ao confinamento, Ricardo confessa que “derivado diretamente da Covid, só teve uma situação”. No entanto, o período de isolamento “veio aumentar problemáticas que já estavam presentes”. Susana concretiza esta ideia com a constatação de que “o confinamento obrigou a um autoconhecimento, veio levantar o véu do que já acontecia”.
Os psicólogos apresentaram várias soluções para atenuar estes problemas, tais como manter uma rotina, não acumular tarefas e praticar atividades como o exercício físico e a meditação. Ricardo acrescenta ainda que se deve procurar o “autoconhecimento”. Quando surgirem emoções negativas e confusas, deve-se “perguntar como surgiu essas emoções e que estratégias utilizar para lidar com elas”, complementa o psicólogo.
De seguida, foram respondidas algumas questões do público relacionadas com a problemática da ansiedade. A psicóloga Susana assegurou que, para combater a ansiedade, é necessário “retomar às rotinas”, “ter foco” e “estar preparado para o momento”. Considera que “a inteligência emocional ensina a viver o presente” e que ter “ansiedade é sofrer por antecipação”. Por outro lado, Ricardo Pinto constata que a ansiedade pode derivar “de uma preocupação exagerada com o que os outros pensam, associada a questões não resolvidas do passado”. Refere que é necessário que “a segurança venha de dentro”. “Quando nos validamos a nós próprios, não é preciso uma validação externa”, reitera Ricardo.
Na parte final da conversa, foi ainda abordada a temática da procrastinação. A psicóloga considera que “quando isso [a procrastinação] se transforma num problema, é necessário eliminar as variáveis”. Garante que a solução é “orientar a vida para aquele que é o foco”, apresentando a ideia de que “quanto mais organizado se é, mais garantido é o sucesso”. O psicólogo Ricardo concorda: “não é tanto uma questão emocional, mas de organização”. É necessário “autorregulação, motivação, força de vontade”, conclui o convidado.