O Dia Mundial do Refugiado de 2021 foca-se no poder da inclusão e tem como mote “Juntos curamos, aprendemos e brilhamos”.

Assinala-se este domingo, 20 de junho, o Dia Mundial do Refugiado, instituído em dezembro de 2000 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. A data assinala a força, a coragem e a determinação das pessoas que são forçadas a deixar as suas casas e os seus países devido a guerras, perseguições e violações de direitos humanos. O ComUM conversou com Pedro Amaro Santos, diretor da MEERU – uma associação sem fins lucrativos – para saber um pouco mais sobre o assunto.

Estima-se que existem mais de 45 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que foram obrigadas a encontrar um novo local para viver. Um “refugiado” é uma pessoa que sofre perseguição pela sua raça, naturalidade, religião, grupo social ou opinião política e que se encontra fora do seu país, não podendo retornar por força de perseguição. As regiões mundiais com mais refugiados são o Médio Oriente, o Sudeste Asiático, a África Oriental e o Corno de África. Segundo o Parlamento Europeu, na Europa, os países que mais proteção oferecem a refugiados são a Suécia, a Alemanha, a França, a Itália e o Reino Unido.

Portugal é subscritor do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, adotado na Conferência Intergovernamental da ONU que teve lugar em Marraquexe, em dezembro de 2018. Para além de ter sido o sexto país da União Europeia que mais refugiados acolheu ao abrigo do Programa de Recolocação, Portugal está a participar no Programa Voluntário de Reinstalação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a partir do Egito e da Turquia.

A MEERU é uma organização não governamental criada em 2019 com a missão de promover a coesão comunitária através do diálogo e da proximidade. Pedro Amaro Santos explica que a instituição “se materializa em vários projetos”. Com foco nos migrantes e refugiados, existe o MEERU Aproxima, “que é um programa de acompanhamento de famílias migrantes e refugiadas, através da criação de laços de afeto e pertença. No fundo, o que nós criamos neste projeto é promovemos o sentimento de pertença, promovemos a inclusão, as relações de confiança para estas pessoas”, esclarece o diretor da associação.

A MEERU trabalha com equipas de voluntários. “Cada equipa é responsável pelo acompanhamento e pela relação com uma família. Essas famílias são indicadas e mobilizadas por entidades de acolhimento que são responsáveis, por exemplo, por questões relacionadas com a habitação, o emprego ou saúde”, afirma Pedro Amaro Santos. “E o que nós fazemos aqui é o complemento do acolhimento, ficamos responsáveis com as relações interpessoais, no fundo a inclusão social destas famílias”, acrescenta.

Como o diretor da IPSS explica ao ComUM, as famílias com quem trabalham são, naturalmente, “muito vulneráveis, particularmente frágeis pela história que trazem”. Pedro Amaro Santos expõe que, mesmo que as pessoas tenham programas que lhes cedem apoio na procura de emprego, entre outros, “ninguém vive sem vizinhos, sem amigos, sem pessoas em quem confia à sua volta”. Desta forma, “o Aproxima muda completamente a história, porque passa a existir uma rede de suporte, uma comunidade”, declara.

No âmbito do Dia Mundial do Refugiado, a MEERU, em conjunto com outras organizações, vão estar no Porto (Avenida dos Aliados) e em Lisboa (Praça Luís de Camões) para lembrar os nomes daqueles que perderam as suas vidas ao tentar procurar uma vida digna, com o movimento #WeWontForgetYou.