Estudo concluiu que 53% dos estudantes demonstra ter indícios de problemas de foro mental graves e 28% teve necessidade de tomar medicação.
Associações e Federações Académicas desenvolveu um estudo de modo a avaliar o impacto da Covid-19 no Ensino Superior na área da Saúde Mental a nível nacional. Para o estudo foi realizado um inquérito que contou com 4.013 respostas. Consequentemente, as respostas foram avaliadas segundo a Escala Kessler 10, que mede o grau de sofrimento psicológico.
O estudo apurou que cerca de 53% dos estudantes demonstrou apresentar indícios de problemas de saúde mental graves. Adicionalmente, 55% dos estudantes afirma ter piorado muito, em comparação com o período pré-pandemia. Dessa percentagem, 38% indicou que esses sentimentos perturbaram o seu desempenho académico.
Relativamente aos estudantes que sentiram dificuldades psicológicas, apenas 17% procurou ajuda especializada na área da Saúde Mental. Em contrapartida, 23% que não procurou auxílio fê-lo por motivos económicos. Por extensão, 62% dos alunos assume não ter conhecimento sobre as soluções de apoio psicológico ou psiquiátrico cedidas pelas instituições de Ensino Superior.
O estudo concluiu ainda que, durante a pandemia, 28% dos alunos tiveram necessidade de tomar medicação para sintomas de ansiedade, depressão ou insónia. Além disso, 44% dos estudantes tomou medicação sem ter uma prescrição de um médico.
No que diz respeito ao percurso académico, cerca de 41% dos estudantes inquiridos declara ter ponderado, depois do início da pandemia, abandonar o Ensino Superior. Esta ponderação tem por base razões interligadas com o curso, como os conteúdos lecionados, o aproveitamento escolar, a componente prática e a própria integração, que não foram o espectado.
O estudo foi partilhado pelas Associações e Federações Académicas, como a Associação Académica da Universidade do Minho, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior, a Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Associação Académica da Universidade do Algarve, a Associação Académica da Universidade de Évora, a Associação Académica da Universidade da Madeira, a Associação Académica da Universidade dos Açores, a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, a Federação Académica do Porto, a Federação Académica de Lisboa e a Associação Académica de Lisboa.