Jubilee, o terceiro álbum de estúdio da banda Japanese Breakfast, foi lançado no dia 4 de junho. Após o aclamado projeto de 2017, Soft Sounds from Another Planet, a banda regressa com uma nova mentalidade. Produzido pela vocalista Michelle Zauner, conta com dez faixas com a felicidade como tema primordial.

Os anteriores projetos musicais inspiravam-se no luto da cantora após ter perdido a sua mãe face a um cancro no pâncreas, em 2014. Jubilee é, então, o atual estado de espírito da vocalista. Consegue superar a dor e está pronta para ser feliz novamente. Esta mudança, consequentemente, muda sonoramente a banda, passando de um estilo psicadélico para um suave pop-rock lo-fi. Liricamente, o álbum é mais inspirador do que os seus antecessores também.

nme.com

“Be Sweet” foi o primeiro single divulgado do projeto. Uma música pop saída dos anos 80 que explora o desejo de ser amada. O charme de Jubilee é a sua habilidade de envolver o ouvinte com os seus refrões e acordes. Um leve synth desliza pela música, acompanhado os sons da guitarra e marcado pela bateria, energizando quem a ouve.

“Paprika”, a faixa de abertura, é uma gigantesca orquestra com um forte instrumental de princípio ao fim. Simboliza um sentimento de vitória para a banda. Após muita dor e luto, Michelle consegue virar a página. Também explora o sentimento de ser artista e como, apesar de cantar sobre acontecimentos pessoais, os fãs encontram forma de se identificar – “Projеcting your visions to strangers who feel it, who listen, who linger on еvery word”.

A sétima faixa, “Savage Good Boy”, é sobre um homem que salva uma mulher e vivem os dois num bunker durante o apocalipse. Funciona como uma história, mas também como uma critica. A inspiração surgiu-lhe de uma notícia que viu sobre bilionários que compravam bunkers. Reflete, então, na disparidade do dinheiro na sociedade – uns usam-no como proteção e salvaguardo devido ao excesso e outros lutam para sobreviver. Para além disso, a música também fala da visão do homem sobre a mulher: “I want to make the money ‘til there’s no more to be made/ And as the last ones standing we’ll be tasked to repopulate /And as you rear our children, know it’s the necessary strain/They’re the stakes in a race to live”.

O álbum fecha com “Posing for Cars”, a culminação do álbum e dos seus sentimentos. Com uma curta parte lírica exprimindo novamente o desejo de amar. Um sentimento que está “fermenting” – a crescer dentro dela. Num estilo mais íntimo à banda, indie, acaba com um espetacular longo solo de guitarra para um momento de divagação intrínseca no ouvinte.

Jubilee é um projeto musical empolgante do início ao fim. Coeso, divertido e pessoal, marca uma nova fase para a banda. Com uma composição sonora excelente todas as faixas são fortes por si só, no entanto, este realmente brilha quando ouvido por inteiro. A vocalista com a sua suave voz deixa claro que é possível superar os obstáculos mais difíceis nesta vida – Jubilee é a prova que dias melhores acabam sempre por chegar.