Dia 18 de junho, a Disney apresentou a sua nova aposta da ficção animada. Luca conta a história de dois miúdos que procuram a aventura da sua vida. Mesmo a tempo para o verão, esta aventura acontece numa aldeia imaginária na costa italiana.
À semelhança do clássico A Pequena Sereia (1989), Luca aborda a vida marinha de uma forma espelhada à nossa realidade. Luca é um jovem monstro marinho que vive uma pequena comunidade agrícola com outros monstros marinhos. Nas profundezas do mar, ele e a família pastam peixes e cultivam plantas aquáticas.
A vida parece tranquila, mas, um dia, uma forma obscura sobrevoa as habitações, levando todos a recear a aproximação de humanos. Em vez de amedrontado, o pequeno Lucas fica apenas curioso sobre como será a vida na superfície para estes “humanos”. Como dizia Ariel, “poder andar, poder correr, só ter um fim, ficar assim, fora do mar”. De facto, toda a música “Fora do Mar” do filme Pequena Sereia representa a personagem do Luca.
Um dia, enquanto trabalha nos campos, Luca conhece Alberto. Alberto é corajoso, livre e engenhoso, ou seja, é (ou parece ser) tudo o que Luca quer ser também. Num momento de adrenalina, o nosso protagonista junta-se ao recém-chegado e aprende que ao sair da água se torna num rapaz humano. Aqui começam as várias escapadelas à superfície que acabam por culminar na decisão de Luca de desaparecer por completo para o mundo terrestre.
Rapidamente, Luca e Alberto descobrem qual o seu principal objetivo de vida: obter uma Vespa. Com ela poderão ir onde quiserem, sem o controlo parental que têm sofrido. Para isso, os dois amigos vão até à aldeia humana e lá conhecem Giulia. A rapariga é filha de um respeitado pescador e pretende participar num triatlo infantil que decorre anualmente. Agora um trio, Luca, Alberto e Giulia tentam ganhar a competição, enquanto cada um luta contra os seus demónios interiores.
Luca tenta manter-se despercebido, de forma a não ser localizado pelos pais. Ele e Alberto escondem dos habitantes da aldeia pesqueira que são monstros marinhos. Giulia tenta derrotar o seu inimigo mortal, Ercole.
Apesar da originalidade de temas, a obra cinematográfica é, acima de tudo, fácil de ver. Não há uma grande complicação do enredo, talvez até para o melhor. Por vezes, vemo-nos perdidos numa história com curvas e contracurvas, mas não em Luca. A longa-metragem apresenta personagens simples, mas interessantes, e as tensões criadas são resolvidas e todo está bem quando acaba bem.
Em níveis técnicos, digamos que, depois de ver este filme, qualquer um terá vontade de visitar uma aldeia remota na costa italiana. Tudo é lindo nesta obra. A água parece mais fresca e convidativa do que o próprio Céu. A animação é incomparável, afinal, isto é a Disney.
Uma nota a apontar é: quando saem de água, os monstros transformam-se em humanos. Os monstros têm caudas e nunca é mostrado como é que as caudas desaparecem. Quase parece que os animadores não sabiam como fazer o apêndice desaparecer, então cortaram esses momentos. No entanto, isto é um detalhe minúsculo.