A distinção pretende premiar o melhor trabalho de investigação sobre a Santa Casa da Misericórdia.

O prémio bienal de investigação “Dr. João Eulálio Peixoto de Almeida” foi apresentado, esta terça-feira, no Centro Interpretativo Memórias da Misericórdia de Braga – Palácio do Raio. A sessão de contou com a presença do atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga (SCMB), Bernardo Reis, da professora do Departamento de História da Universidade do Minho, Maria Marta Lobo Araújo, e do filho mais novo de Peixoto de Almeida, Rosalvo Almeida, entre outros membros da família.

Durante a apresentação, o atual provedor da SCMB explicou que a escolha de atribuição do nome do prémio deveu-se a João Eulálio Peixoto de Almeida, enquanto provedor da instituição entre 1976 e 1978, ter-se afirmado “como o Homem certo, no momento certo”.

Em comunicado de imprensa, pode ler-se que João Eulálio Peixoto de Almeida foi provedor na SCMB “num período complexo a seguir ao 25 de abril, em que o Hospital de S. Marcos foi intervencionado pelo Estado”, deixando a Misericórdia num estado grave, a nível estrutural e financeiro. A “ação, empenho e dedicação” do antigo provedor “permitiram enfrentar o momento político e defender a Instituição, impedindo o seu desaparecimento”.

Rosalvo Almeida aproveitou a sessão para agradecer a honra à memória do seu pai. Para além disso, felicitou a coragem da SCMB em atribuir o nome de um homem não académico a um prémio de cariz académico. Entre risos, recorda ainda que a “misericórdia” era praticada na sua casa, quer no apoio que os seus pais prestavam aos mais necessitados, quer no acudir da sua mãe sempre que Peixoto de Almeida repreendia os filhos.

Por sua vez, Maria Marta Lobo Araújo esclareceu que o prémio bienal pretende premiar o melhor trabalho de investigação sobre a Santa Casa da Misericórdia, nas mais variadas áreas do saber: “economia específica do âmbito assistencial e social, antropológico, patrimonial, cultural, artístico, religioso ou outro, no quadro do aprofundamento da matriz identitária e comunitária da Instituição, de qualquer tempo histórico”.

Na primeira edição do prémio, que ocorrerá em 2022, o vencedor receberá 1.500 euros e verá o seu trabalho publicado com edição própria de 150 exemplares ou, em alternativa, na Revista “Misericórdia de Braga”. Apesar de apenas o melhor trabalho ser premiado, a SCMB afirma que o júri poderá atribuir menções honrosas e os trabalhos “merecedores” contarão com uma publicação na revista. Para mais informações, os interessados deverão consultar o regulamento do prémio na página oficial da SCMB.