A Universidade do Minho não aumenta o número de camas desde 1998. Atualmente, conta com cerca de 4 500 estudantes bolseiros deslocados e uma oferta de apenas 1 300 camas.

No final de mais um ano letivo, a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) lançou, esta terça-feira, a campanha “Por UM Caminho com Menos Promessas e Mais Concretização”. A iniciativa reinvidica “o reforço imediato da oferta de alojamento e a concretização das prometidas residências universitárias públicas nas cidades de Braga e Guimarães”, lê-se em comunicado.

No que toca a esta iniciativa, o presidente da AAUM, Rui Oliveira afirma, em declarações ao ComUM, que “o que existia, anteriormente, eram apenas promessas de que esse investimento viria a acontecer, ao contrário da atualidade”.

 

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A oferta deficitária de alojamento apresenta-se como um dos principais impedimentos à entrada no Ensino Superior de estudantes deslocados. Com o regresso às atividades presenciais de ensino e investigação, a falta de alojamento é um “obstáculo ao alargamento da frequência do ensino superior e uma barreira ao sucesso escolar dos estudantes económica e socialmente mais frágeis”, referem.

O plano de 2020 previa um reforço de mais 2 400 camas para estudantes do Ensino Superior. Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirmou que um total de mais de 18 mil camas estariam disponibilizadas em todo o país, o que representava um aumento de 16% face ao total de camas disponibilizadas no ano letivo anterior. No entanto, a promessa não se concretizou, tendo a Universidade do Minho assistido a um acréscimo de apenas três camas na Pousada da Juventude de Guimarães, devido à parceria com a Movijovem.

Para Rui Oliveira, “as principais razões do fracasso do Plano para 2020 estão relacionadas, essencialmente, com o insignificante número de camas que a UMinho aumentou, e esta é uma escolha política”. Este ainda aponta a Universidade do Minho como “uma das mais lesadas na precariedade do número de camas”.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), apresentado pelo governo em Bruxelas, vai alocar 375 milhões de euros para a disponibilização de 15 000 camas, através da construção de novas residências universitárias públicas. Nesse sentido, a AAUMinho apela a uma regulamentação, por parte da tutela, e a uma articulação entre a Universidade do Minho e as autarquias locais de Braga e Guimarães, para a identificação de espaços, apresentação de projetos e candidaturas.