O espetáculo estreou esta quinta-feira na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão.
“Como perder um país” faz parte do ciclo “Democracia e os filhos dos anos 90” e sucede “Democracy Has Been Detected”. Criada por Diogo Freitas e Filipe Gouveia, a peça retrata uma nação devastada por uma guerra civil e apresenta vivências e desafios de dois líderes numa luta pelo poder. De acordo com os criadores do teatro, o “espetáculo surgiu da necessidade de levantar e atacar conteúdos e temáticas que não foram suficientemente explorados no primeiro espetáculo do ciclo”. “Como perder um país” vai ser apresentado novamente no dia 2 e no dia 3 de julho, pelas 21h30, na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão.
Na segunda peça do ciclo, Diogo Freitas e Filipe Gouveia centraram-se “no discurso populista e no choque de ‘Conteúdo VS Forma’ no mundo político” e fazem um paralelismo histórico com a antiga e mítica Troia. “Com um elevado recurso à metáfora e ao simbolismo, esta criação representa nada mais nada menos do que o caráter cíclico que temos vindo a analisar na história da Humanidade”, explicaram, em entrevista ao ComUM.
Com este espetáculo, Diogo Freitas e Filipe Gouveia pretendem “tal como em todos os espetáculos do ciclo, consciencializar e alertar dos caminhos que, por vezes percorremos neste panorama complexo que é a Democracia”. Os criadores não visam distinguir e qualificar polos ou ideologias políticas, mas querem “mostrar que existem muitos fatores a ter em consideração quando estamos no papel de cidadão ativo”.
“Democracy Has Been Detected” relaciona-se com “Como perder um país”, visto que as duas peças apresentam um tema comum. No entanto, a segunda peça não partilha uma narrativa com a primeira. “Apesar de existirem alguns pontos de encontro, os espetáculos são completamente independentes e cada um deles gira em torno de uma hipérbole tecnológica”, esclareceram. Enquanto que “Como perder um país” se aproxima de uma realidade política, “Democracy Has Been Detected” centra-se no elo existente entre a inteligência artificial e a democracia.
Segundo Diogo Freitas e Filipe Gouveia, com “Como perder um país”, os espectadores “podem contar com espaços-comuns, déjà vus, situações familiares da realidade política e histórica, lado a lado com o panorama tecnológico, imersivo e hipnotizante”. Adicionalmente, quem assistir ao espetáculo vai relacionar-se com momentos e histórias “exageradas”, baseadas no atual estado democrático de grandes nações.
Depois de “Como perder um país”, o terceiro espetáculo do ciclo é “Tratado – A Constituição Universal” e tem estreia marcada para 2022. Diogo Freitas e Filipe Gouveia disseram ainda que, com a nova peça, se vão focar “em mostrar uma realidade em que o conceito de países é eliminado e substituído por estados políticos, num panorama em que o povo possa escolher onde quer viver”.
Julho 3, 2021
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