Mais do que qualquer outro jornal, o ComUM é um espaço de constante mudança. Um projeto inteiramente criado e gerido por estudantes é um lugar de aprendizagem e, acima de tudo, de passagem, como o hino da Universidade do Minho enuncia. No final de contas, é esta essência móvel, permeável e de crescimento constante em conjunto que nos torna tão diferentes e especiais.

Como é já habitual e conhecido pelos colaboradores e os leitores mais atentos, chega a altura da renovação das caras que dão vida a esta casa. Para mim, bem como para vários membros da direção, redatores e colaboradores, é dia de um adeus (pelo menos oficial) àquilo que foi uma das experiências mais importantes que tivemos na vida. Para o ComUM, é hora de receber novas pessoas, com novos sonhos e vontades, que lhe tragam a oportunidade de continuar a ser tudo aquilo que o distingue dos demais.

Não há dúvidas de que este jornal, feito exclusivamente por alunos do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, sem qualquer intervenção de docentes ou outras entidades externas, tem visto um crescimento gradual, mas notável, ao longo dos últimos 15 anos. Com especial foco na academia, este ano voltamos a abrir os horizontes com coberturas a nível regional e novas rubricas, para podermos continuar a oferecer o melhor de nós a quem nos acompanha e acredita no que fazemos. Este trabalho nunca poderia ser feito, como é óbvio, sem pessoas extremamente dedicadas e que, todos os anos, deixam um pouco de si neste projeto. A todas elas, sou eternamente grata.

No entanto, o mais bonito, num órgão de comunicação social totalmente feito por estudantes, não é só o resultado final. A verdadeira beleza está no processo, na preparação de uma reportagem, na discussão da melhor forma de abordar determinado tópico, até nas corridas a reservar material para fotografar um evento – tudo porque o ComUM não tem redação ou material próprio. Mas até isso faz parte de nós. É esta essência dedicada e de adaptabilidade na resolução dos problemas que nos ajuda a aprender e a crescer. Foi assim até hoje.

Cabe-nos a nós, membros da direção e colaboradores que dizemos hoje adeus a este projeto, deixar o testemunho, para que os mais novos consigam também entender esta nossa essência tão bonita e importante. Aos que chegam agora para dar continuidade ao nosso trabalho, cabe-lhes lutar para continuar sempre a crescer e a aprender, sem nunca fechar os olhos a esta essência.

A Ana Margarida Alves, como diretora, é a agora a responsável por dar continuidade a esta história de perseverança, dedicação, comprometimento e sonhos, ao lado de uma equipa de editores e um departamento de comunicação renovados e preparados para assumir o desafio. São eles que vão continuar a fazer do ComUM aquilo que ele é: o melhor jornal académico do país. Podem perguntar por aí, não são frases feitas.

Aos que, como eu, se despedem, resta-me agradecer todo o empenho, dedicação e tempo que deixaram neste nosso projeto, que tenho a certeza que também não vos deixa ir sem levarem algo dele convosco. Um agradecimento especial ao vice-diretor, Daniel Sousa, que me ajudou (e ao ComUM) a superar barreiras que de outra forma não superaria. Aos que ficam e que ainda estão para chegar, desejo a maior sorte do mundo na continuação desta caminhada. Aproveitem tudo sem medos, porque o fim chega depressa.

Quando há um ano tomei as rédeas deste projeto, vim com “as portas às mudanças e inovações necessárias para o crescimento” abertas, mas também com a consciência de que, no ComUM, o passado, o presente e o futuro têm de andar sempre de mãos dadas. Nesta despedida, não posso pedir mais do que isso: que as caras, os sonhos e as vontades se renovem, mas que nunca levem, na mudança, a essência que nos caracteriza.