O desemprego jovem aumentou em relação a outros grupos etários, tendência que já se verificava desde 2018.

O estudo “Desemprego e Precariedade Laboral na População Jovem: Tendências Recentes em Portugal e na Europa” concluiu que jovens são o grupo mais afetado pela pandemia, no que diz respeito às oportunidades de emprego. Os resultados da pesquisa elaborada pelo Observatório das Desigualdades do Centro de Estudos e Investigação em Sociologia (CIES) foram divulgados este sábado.

Inês Tavares, Ana Filipa Cândido e Renato Miguel do Carmo, responsáveis pelo estudo, verificaram que, na Europa e em Portugal, o desemprego jovem aumentou 1,7%, em relação a 2019. No caso específico de Portugal, a taxa de desemprego para pessoas com menos de 25 anos corresponde a 22,6%, ou seja, mais 5,8% que a média da União Europeia (UE) e 15,7% que a nacional.

A investigação apontou, também, que o grupo entre os 15 e 24 anos foi o mais afetado no trabalho temporário. A maioria dos estados membros da União Europeia registou uma diminuição da proporção de jovens nesta situação, em 2019 e 2020. Em Portugal, o decréscimo foi de 10% para 56%. A pesquisa afirma que a redução percentual de jovens com contratos a prazo relaciona-se com o aumento do desemprego.

Por fim, salientaram que “Portugal é o quinto país com os maiores níveis de trabalho temporário involuntário entre os jovens e o sétimo com mais jovens a trabalhar em part-time por falta de alternativas”. No caso dos países da UE, constatou-se que as mulheres entre o 15 e os 24 anos têm, proporcionalmente, mais contratos temporários e trabalham mais em part-time que os homens.