O objetivo do evento é que seja criada uma rota pelo cinema contemporâneo, marcada pelas tradições coletivas, mas desafiadora de constrangimentos normativos ou de género.

O Festival Internacional de Cinema de Vila do Conde regressa este ano, entre os dias 16 e 25 de julho, com a apresentação de 230 filmes no Auditório e Teatro municipais de Vila do Conde. Matilde Olha para Trás, de Ana Mariz, natural de Barcelos, Lethes, do vimaranense Eduardo Brito e Terceiro Turno, do famalicense Mário Macedo, estão entre as 17 curtas-metragens que competem no cinema nacional.

No que se refere à competição nacional, Mário Micaelo, diretor do festival, realça, em declarações à RUM, a inclusão de “filmes inovadores, de uma nova geração que surge agora na curta-metragem”. Contudo, “há alguns realizadores que que repetem a sua presença no Curtas, o que é de salutar porque agarra à ideia de que o festival mantém uma predileção por alguns autores ou por algumas formas de fazer cinema”, acrescenta.

Por outro lado, no cinema internacional e além da competição, o festival apresenta este ano uma secção de Cinema Revisitado. Esta permitirá recordar, entre outras, Mulholand Drive, de David Lynch, a obra que serve de mote ao genérico desta 29ª edição do festival, Hollywood: Daydreams and Nightmares. “Mulholland Drive é visto como muitos críticos como o maior filme do século XXI e faz 20 anos. A partir daí, elaboramos um programa que vai buscar filmes sobre o modo como Hollywood olha para ela própria (…) São clássicos e vão poder ser revistos no grande ecrã, algo que a maior parte de nós ainda não teve oportunidade”, afirma Mário Micaelo.

Para além de fazer parte do júri oficial, Diogo Costa Amarante é o autor da exposição da galeria Solar. “Be Your Selfie” é constituída por 13 peças em vídeo pensadas de propósito para o espaço vilacondense. Segundo Micaelo, Costa Amarante traz “um ponto de vista crítico em relação à superprodução de imagens individualizadas e vazias de significado”.

O passe geral para os filmes em sala tem o valor de 35 euros, enquanto os bilhetes para os flimes-concerto – entre eles o da harpista Angelica Salvi sobre a obra “Shoes” – custam sete euros. Além do programa presencial, o Curtas disponibiliza também um programa online que inclui mais de 150 filmes e entrevistas de bastidores, com o custo de 10 euros.