O ciclo de estudos materializou-se com a colaboração do Departamento de Ciências da Comunicação, a Escola de Engenharia e a Escola de Arquitetura.
A Universidade do Minho vai lançar, no próximo ano letivo, um novo mestrado em Media Arts. O mestrado proporciona uma formação avançada no cruzamento entre arte, comunicação e tecnologia digital, através de um plano de estudos de forte cariz projetual e laboratorial. O ComUM esteve à conversa com o coordenador do mestrado, Daniel Brandão, com a coordenadora executiva do Braga Media Arts, Joana Miranda, e com o diretor artístico do Braga Media Arts, Luís Fernandes.
Daniel Brandão afirma que o mestrado em Media Arts “surge na tentativa de responder a uma lacuna de não haver planos de estudo de pós-graduação na área”. O responsável pelo mestrado explica que o desafio chegou ao departamento de ciências da comunicação por via da reitoria e da professora Manuela Martins, “que teve um papel fundamental na ligação com as várias figuras, que nos ajudaram a definir aquilo que era o conceito do plano de estudos”.
Internamente, na Escola de Engenharia, os professores João Alberto Carvalho e Pedro Henriques, dos departamentos de sistemas de informação e de informática, respetivamente, tiveram, também, “um papel muito importante”. Em ligação com a Braga Media Arts, “este mestrado nasce do facto de Braga ser a cidade criativa da UNESCO no domínio das Media Arts”, explica Joana Miranda.
Este ciclo de estudos foca-se nas áreas das Artes Visuais, Artes Plásticas, Artes Performativas, Música, Multimédia, Audiovisual, Design e Ciências da Comunicação, bem como noutras áreas similares. “Outra característica diferente neste mestrado é o facto de ser constituído por três semestres letivos e, no quarto semestre, espera-se que desenvolvam uma dissertação ou um projeto”, elabora Daniel Brandão. “A ideia é o estudante ser acompanhado por parte do corpo docente durante esses três semestres, e já estar encaminhado para o último semestre ser apenas a questão da implementação e do pensamento crítico sobre o projeto que desenvolvem”, adiciona.
Os alunos vão beneficiar de uma relação íntima com a atividade da Braga Media Arts e do Gnration. Joana Miranda diz ser urgente a existência de uma ponte entre a oferta académica e a prática artística, o que constitui um dos fatores que levaram à criação deste plano de estudos. “A ideia é fazer com que quem participe neste mestrado possa ter um acesso privilegiado a este conhecimento e a estas práticas”, acredita.
De acordo com o responsável pelo mestrado, é esperado que o aluno ganhe consciência crítica sobre aquilo que se passa na prática artística contemporânea e na área das Media Arts, que se sinta capacitado para intervir, para definir projetos e se candidatar eventualmente a bolsas e a fundos e financiamento para implementação de determinado tipo de projetos. O ideal, para o Diretor Artístico do Braga Media Arts, é existir um conjunto de pessoas equilibradas nestes dois pêndulos: o tecnológico e o artístico. “Esta convivência das duas dimensões é desejável a qualquer pessoa que termine este mestrado”, assegura.
O ciclo de estudos dispõe de 25 vagas, sendo que 20 são de contingente nacional e cinco de contingente internacional. “A expectativa que temos neste momento é preencher as vagas que temos disponíveis. Temos tido muita procura, já temos bastantes candidaturas para um mestrado que está na sua primeira edição”, conta Daniel Brandão. Para Luís Fernandes, é motivo de satisfação “saber que a ideia tem procura por parte do seu público-alvo”.
Joana Miranda reforça o trabalho invisível de muitas pessoas: “até uma ideia ganhar tração há um caminho a fazer e, durante esse percurso, muitas vezes os interlocutores vão mudando. Tivemos a felicidade de termos encontrado os interlocutores que acreditaram e fizeram um trabalho notável”. “Isto sem as pessoas não se faz, tem que haver um compromisso e é ele que permite que projetos como este possam existir”, termina.
Artigo por: Maria Carvalho e Mariana Festa