Páginas de Liberdade, lançado a 5 de janeiro de 2007, é um dos meus filmes prediletos de sempre. Esta minha opinião deve-se à simplicidade, autenticidade e principalmente pela forma que o filme toca os nossos corações. Baseado em factos reais, a mensagem que a longa-metragem nos transmite no decorrer de cada cena fez-me sentir interligada com as personagens.

O filme decorre nos EUA, país onde as desigualdades entre a maioria das pessoas são bastante notórias e esta obra cinematográfica retrata isso na perfeição. Desta forma, é num cenário de rivalidades entre gangues que Erin, uma professora novata, encara o desafio de ensinar uma turma de alunos numa escola em Los Angeles, depois da criação de uma integração racial para estes jovens. A diferença e o ódio eram as palavras que sobressaíam entre todos, sendo praticamente impossível para Erin educá-los. Todos os dias existiam lutas, discussões, agressividade, o que tornava o ambiente naquela turma caótico. No entanto, a professora nunca desistiu do seu objetivo de educar aqueles que nunca tiveram oportunidade de serem ensinados. Erin, aos poucos, ajudou-os a verem o bom nas diferenças, de acreditarem neles próprios e nos seus sonhos.

A verdade é que não escolhemos onde nascemos, mas temos escolha naquilo que queremos fazer para conseguirmos ir mais além. Desta forma, foi isso que os alunos se foram apercebendo ao longo das aulas. Erin criou uma nova metodologia de ensino, começando por dar um caderno a cada um onde podiam escrever o que sentiam e o que pensavam. Além disso, comprou-lhes o livro O Diário de Anne Frank (1947) para que pudessem refletir sobre o preconceito, que transcende qualquer obstáculo e atinge todo o tipo de pessoas no mundo.

Graças à persistência, todo o amor que Erin tinha pelo trabalho e pelos alunos, foi recompensado, quando os alunos começam a interagir cada vez mais entre eles e com a professora. Assim, começam a ganhar motivação para mudar as suas próprias vidas e ideologias, criando um ambiente de amizade entre todos e um sentimento de gratidão para com Erin.

A educação é de facto fundamental na vida de cada um. Muitos de nós tomamos isso como garantido por sermos “uns sortudos” em termos nascido num país que nos permite ter isso de “mão beijada”. Infelizmente, nem todos temos essa oportunidade e é triste saber que vão sempre existir desigualdades no mundo. Uns vão sempre ter tanto e, outros tão pouco. Cabe a cada um de nós valorizarmos aquilo que temos e fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar quem não tem o mesmo que nós. Podemos e conseguimos ser sempre melhores do que aquilo que somos e que pensamos que somos. Páginas de Liberdade é um filme que me inspirou e deixou-me com o coração mais aquecido com a felicidade que todos conseguiram alcançar.