“Rendimento básico incondicional. Uma defesa da liberdade” foi eleito o melhor ensaio de 2018/2019 na área.

Os investigadores Roberto Merrill, Sara Bizarro, Gonçalo Marcelo e Jorge Pinto, do Centro de Ética, Política e Sociedade (CEPS) da Universidade do Minho, venceram o Prémio de Ensaio da Sociedade Portuguesa de Filosofia. O livro que motivou a conquista intitula-se “Rendimento básico incondicional. Uma defesa da liberdade”. O prémio de 3000 euros, atribuído por unanimidade, teve o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e analisou ensaios inéditos em língua portuguesa publicados entre 2018 e 2019.

O júri, presidido por José Meirinhos, explicou que a obra fundamenta a criação de um rendimento básico incondicional na tradição filosófica da liberdade política e individual, visando a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos. Este rendimento consiste numa prestação social fixa igual para cada cidadão, quer trabalhe ou não, quer seja rico ou pobre. A ideia é antiga e alegadamente utópica, mas tem gerado interesse entre académicos, políticos, empresários, ativistas, entre outros, face aos desafios dos Estados modernos.

“O trabalho pago já não é um direito para cada vez mais pessoas e é fulcral criar políticas sociais, económicas e financeiras capazes de garantir o direito universal a uma vida digna”, realçou Roberto Merrill. O autor é professor do Instituto de Letras e Ciências Humanas e diretor do mestrado em Filosofia Política da UMinho. Além disso, é presidente da Associação Portuguesa pelo Rendimento Básico Incondicional e investigador do CEPS-UMinho, onde coordena vários projetos neste âmbito.