Por ano, o hospital realiza em média mais de 3 mil partos, mas este ano o número deve diminuir.

Fátima Monteiro, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica e formadora de conselheiras em aleitamento materno do Hospital de Braga, revelou no último domingo, dia 8 de agosto, no programa da RUM, “A Saúde tem Voz”, que a pandemia Covid-19 pode originar um menor número de partos realizados este ano no Hospital.

Na maternidade de Braga, o cenário no ano de 2020 e no início de 2021 “foi assustador”, admitiu Fátima Monteiro. A enfermeira indica que a queda do número de partos resultou no “facto de as famílias não poderem estar juntas”.

“Numa fase inicial, no ano passado, houve uma certa retração mas a ideia que passava era a de que as coisas iam evoluir rapidamente num sentido positivo e o número de nascimentos voltou a aumentar. Mas, logo no início deste ano, houve um retrocesso, o que levou a que as famílias ponderassem engravidar”, explicou a especialista. Por ano, o hospital realiza em média mais de 3 mil partos, mas este ano o número deve diminuir.

O Hospital de Braga é o terceiro do país com mais partos realizados anualmente. A enfermeira especialista revela que as mulheres que chegam ao hospital vêm de vários pontos do território nacional. “Temos muitas famílias fora da área de influência, que nos procuram por causa da qualidade e do tipo de trabalho de parto que proporcionamos às famílias”, assinala, recordando que “a mulher tem a livre opção de escolher o local de nascimento do bebé” podendo este ser “fora da sua área de residência”.

No programa da RUM, foi ainda abordada a questão da amamentação. A especialista revelou que o número de mães acompanhadas pelo Hospital de Braga que recorrem à amamentação está a aumentar mas “deveria ser ainda maior”. No entanto, Fátima Monteiro garante que a importância do aleitamento materno é cada vez mais percetível pelas mulheres.